Uma multidão compareceu na manhã do último sábado, 26 de abril, no Largo do Rosário, centro da Penha de França, para protestar contra a possibilidade de destombamento do patrimônio histórico do bairro que foi aventada em reunião realizada no mês de março no Palácio Anchieta, sede da Câmara Municipal de São Paulo.

A manifestação foi organizada por um coletivo de moradores, ativistas e divulgadores culturais da região e com o apoio do Instituto São Paulo Antiga, através do movimento Defensores do Patrimônio da Penha. A proposta do grupo foi de esclarecer, de maneira didática e pacífica, que a revisão do destombamento não seria um benefício ao bairro, e traria problemas como adensamento, especulação imobiliária, trânsito caótico, poluição e a eventual destruição de bens tombados consagrados da região.
O evento começou bem cedo, com um passeio cultural pela história do bairro promovido pela Penharama Turismo e Eventos cujo término foi no Largo do Rosário, palco da manifestação. O ato contra a proposta de destombamento iniciou-se pontualmente às 11h da manhã com a fala de Patrícia Freire de Almeida, produtora cultural e moradora do bairro, e seguiu com outros ativistas como Francisco Folco, do Memorial Penha de França, e o jornalista Douglas Nascimento que estudou no bairro. Tiveram fala também a codeputada estadual Sirlene Maciel (PSOL) e o vereador Nabil Bonduki (PT).
Para coroar e encerrar a manifestação ocorreu uma apresentação do cordão carnavalesco Dona Micaela, de forte tradição no bairro.

Tentativas de desinformação fracassaram:
Na tentativa de enfraquecer a manifestação do Largo do Rosário, alguns perfis em redes sociais, alinhados com pessoas que tentam se beneficiar do destombamento do bairro, começaram a divulgar, ainda na véspera do evento, que o movimento organizando pelos Defensores do Patrimônio da Penha estava divulgando que iria ocorrer demolição de uma igreja da Penha, informação que é falsa e nunca foi dita por ninguém.
Os vídeos de divulgação da manifestação, todos produzidos aqui pelo Instituto São Paulo Antiga, foram baseados em fatos históricos e apenas explicaram que, há 40 anos, a igreja correu sério risco de demolição, justamente por na época não ser tombada. Algumas paredes da igreja Nossa Senhora da Penha chegaram a ser derrubadas e ela foi salva pela movimentação dos penhenses.
Veja abaixo mais fotos da manifestação ocorrida no Largo do Rosário:















Uma resposta
Maravilha.. Eu que nunca botei os pes na Penha, gostei.