Quem se lembra do antigo Terminal Rodoviário da Luz em funcionamento, talvez se recorde das famosas pastilhas de cerâmica que decoravam os pisos, paredes e colunas da rodoviária, todas elas coloridas. A foto abaixo (infelizmente em preto e branco) mostra como elas eram dispostas:
Estes grandes mosaicos coloridos traziam reações antagônicas por parte dos usuários do terminal. Alguns amavam e outros odiavam. Porém o que poucos sabem é que as mesmas pastilhas que adornaram por décadas a rodoviária já demolida, também podem ser encontradas em dois outros imóveis não muito longe dali, no prédio do jornal Folha de S.Paulo e em sua antiga garagem, na rua Conselheiro Nébias:
Embora hoje poucas pessoas reconheçam que são as mesmas pastilhas, observar a antiga garagem e oficina da Folha de S.Paulo é como uma volta no tempo, de quando a rodoviária ainda estava em pleno funcionamento. Não só são as mesmas pastilhas, como estão dispostas da mesma maneira que estavam no terminal. Toda a fachada é coberta com elas:
O galpão está aparentemente desativado e em uma situação bem lastimável, com pichação, pastilhas encardidas, vidros quebrados e o velho luminoso da Folha, no canto direito do imóvel, bem destruído. Não foi possível precisar se o local ainda pertence ao Grupo Folha.
A LENDA DAS PASTILHAS:
Quem já visitou o prédio da Folha de S.Paulo na Alameda Barão de Limeira já pode notar que estas mesmas pastilhas que decoravam a rodoviária e o galpão da rua Conselheiro Nébias é onipresente no edifício. Paredes, pisos, muretas, escadas, colunas e muitos outros cantos do prédio tem as mesmas pastilhas. Mas qual a razão disso ?
Oficialmente não se sabe, mas reza uma antiga lenda e quem conta é um jornalista ex-Folha de S.Paulo, de que os sócios do jornal Carlos Caldeira e Octávio Frias de Oliveira, que também atuavam no ramo de construção e construíram a rodoviária, teriam recebido como pagamento de uma dívida com o governo paulista, milhares e milhares destas pastilhas e acabaram por usá-las em suas outras edificações.
Se a história é verdadeira ou não, não tenho como saber e convido o leitor a tirar suas próprias conclusões. Mas que é uma interessante curiosidade paulistana, disso não tenha dúvida.
A foto abaixo é de uma das paredes do prédio da Folha: