Exposição “Sé: Catedral, Praça e Marco”

A expansão da cidade de São Paulo de uma pequena capital de província (atrás de cidades como Cuiabá, Niterói e Fortaleza) a uma das maiores metrópoles do mundo é um dos temas que pode ser observado na exposição “Sé: Catedral, Praça e Marco”, que acontece a partir de 15 de agosto dentro da própria Catedral, com entrada gratuita.

Com 115 fotos de alguns dos principais nomes da área no último século, a mostra conta com apoio da Cidade de São Paulo e enfoca diversos momentos da praça da Sé e da construção da principal igreja do município (que teve suas obras iniciadas em 1912 está completando 70 anos em 2024). Imagens inéditas dos operários que ergueram o templo ao longo de mais de 40 anos evidenciam a proporção da construção e detalhes que até então nunca tinham sido exibidos ao público.

Foto de Militão Augusto de Azevedo – Largo da Sé, 1862 (Acervo do Instituto Moreira Salles)

A imagem mais antiga, de Militão Augusto de Azevedo, mostra o largo da Sé (que ficava próximo onde hoje está a sede da Caixa Cultural). Trata-se de um dos primeiros registros fotográficos da cidade (1862). Cinquenta anos depois o largo (junto com a primeira catedral, de estilo barroco) seria demolido, dando lugar a uma praça oito vezes maior.

O espaço da praça na vida da cidade também é abordado, com imagens de protestos pela Revolução de 1932, o comício das Diretas Já em 1984 e muitos outros. As 115 imagens da mostra encontravam-se dispersas em arquivos públicos e privados (como do Instituto Moreira Salles, Museu Paulista, Arquivo Metropolitano da Cúria e outros), tendo sido reunidas pela primeira vez para a exposição.

Das charretes aos bondes e carros, passando pela maior presença de pessoas nas ruas, é possível observar o crescimento da cidade e a evolução das próprias técnicas de produção de imagem ao longo do tempo. “Isso, pois a popularização da fotografia coincide com a explosão do crescimento de São Paulo”, afirma Camilo Cassoli, curador responsável pela mostra. “Além dos próprios dispositivos de registro – das pesadas câmeras iniciais do século XIX até os atuais drones – nas cenas fotografadas podemos ver a presença das câmeras de televisão iniciais e dos primeiros telefones celulares com câmeras”, complementa.

Panorama da praça da Sé em meados dos anos 1950. Foto: Werner Haberkorn / Acervo do Museu Paulista.

Juntamente às imagens impressas, o público poderá observar – a partir de dispositivos ópticos especialmente instalados na catedral – detalhes do edifício dificilmente observáveis a olho nu. Esculturas e vitrais presentes a até 30 metros de altura serão aproximados por instrumentos disponíveis para observação dos visitantes.

A expografia da mostra também dialoga com o espaço, explorando – com transparência de suas divisórias e suportes para textos – recortes de vistas do templo e aspectos das cores de seus vitrais. “Procuramos uma instalação que interaja com o ambiente, propondo novas formas de observação dele não apenas a partir de suas imagens históricas, mas também propondo aspectos que o visitante poderá ver a olho nu ou pelos monóculos que haverá no local”, comenta Camilo Cassoli. Uma instalação também reunirá lado a lado exemplares de diversos tipos de rochas e minérios utilizados na construção, próximos a imagens deles sendo esculpidos in loco no início do Século 20.

Foto 1 interior da igreja na década de 1930, de autor desconhecido. Foto 2, autoria de Leon Liberman, década de 1940. Acervo do Arquivo Metropolitano de São Paulo

SERVIÇO:

Exposição “Sé: Catedral, Praça e Marco”
Local: Catedral da Sé – Praça da Sé, s/n
De: 15/08/2024 a 17/11/2024.
Horário: 10 às 17 horas
Entrada Gratuita

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