Imóveis inusitados e curiosos são encontrados por todos os cantos da capital paulista, a grande maioria deles se destacando principalmente pela sua arquitetura peculiar, detalhes intrigantes ou pelas pessoas que lá moram ou trabalham. Em nossas andanças já encontramos até um sobrado que foi engolido pelos seus vizinhos, na Avenida Rangel Pestana.
Entretanto, nada chama mais a atenção de que este curioso edifício de dois andares localizado na esquina da rua Castro Alves com a rua Vergueiro, no bairro da Liberdade.
Poucos costumam prestar atenção neste detalhe, mas o edifício perdeu um considerável pedaço da sua área construída, provavelmente na ampliação da rua Vergueiro nos anos 70 para as obras do metrô, a foto aérea abaixo, da um panorama bem amplo avenida 23 de Maio e região.
O mais curioso é que mesmo já se passando algumas décadas, não foi feito um arremate mais caprichado no frontão e até hoje o imóvel exibe, no seu lado esquerdo, o detalhe da fachada pela metade.
Observando a construção pela rua Vergueiro, é possível também notar a estrutura lateral do prédio, com a marca inclusive do lance de escadas e as paredes dos cômodos.
Apesar deste pequeno detalhe curioso, o pequeno edifício está razoavelmente conservado e todas as suas demais características originais bastante preservadas.
Falta, talvez, um bom diálogo entre os donos dos estabelecimentos comerciais no térreo para manterem sempre seus negócios pintados na cor padrão do imóvel. Mas talvez ai seja querer demais, não é mesmo?
Curiosamente este não é o único edifício antigo cortado da capital paulista. Na alameda Barão de Piracicaba, em Campos Elíseos, existe um palacete construído na primeira década do século 20 que está fracionado pela metade, clique aqui para ver.
Veja mais fotos deste edifício (clique na foto para ampliar):
* Artigo atualizado e revisado em 7/8/2024
Respostas de 19
Realmente lamentável fazer isso com o prédio e deixa-lo se arremate algum.
olha um vw zé do caixão ali do lado,é seu, Douglas?
O William achou easter egg do artigo. É meu sim… rs
Easter egg?
Eu nunca havia reparado. Na infancia, passava em frente todos os domingos para ir as aulas de catecismo. E ainda lembro de ter entrada ali com a minha mãe para visitar alguém, mas são lembranças vagas, não recordo de muita coisa, apenas de uma imensa escada de madeira logo após a entrada. Acredito que assim como eu, inúmeras pessoas nunca repararam.
O predio continua muito bonito.
Olá Douglas, mais uma vez parabéns pelo site.
Moro ao lado desta residência e posso te dizer que somente a pintura a torna tão bela… Em seu interior está infestada de lixo, mato (antes do prédio em que moro, ao lado, ser construído, o local era uma espécie de praça) onde residem pessoas de caráter bastante duvidoso envolvidas em crimes e com diversas ocorrências policiais. Empreendimentos comerciais como laboratórios e mini-mercados já tentaram adquirir o imóvel mas não conseguiram não se sabe porquê… infelizmente… As vezes, mesmo com toda beleza e história do local, faz-se necessário a venda e demolição para que as pessoas que residem ao redor possam ter mais segurança e paz.
Em tempo: Tenho uma foto do local em 1916, a casa ainda não era cortada pelo outro mini-prédio e pelo condomínio (onde moro). Na foto ainda, pode-se ver a primeira construção da Rua Vergueirinho com os arcos, que vão até o inicio da 23 de maio (naquela parte, RE-descobertos em 1988 — nessa parte, demolidos em 1970). Aliás, na Vergueirinho ainda tem algumas residências antigas e curiosas com arquitetura clássica (anos 10). Um abraço!
Olá Alan… mande suas fotos antigas para que o Douglas possa compartilhar com agente. Obrigada. Abraço.
Caramba! Eu sou vizinho dessa rua, passo quase sempre, e nunca reparei nisso! OBRIGADO DOUGLAS! Detalhe curioso! Vou contar pra todo mundo aqui do bairro desse detalhe! Hehehe.
Desse jeito, lembra o Hospital Heimlich, do oitavo livro de “Desventuras em série”, de Lemony Snicket, um hospital que foi concluído pela metade.
Olá Douglas, eu morei próximo desse prédio, nos anos de 1.962 à 1.967, aliás, no prédio do Cine Teatro Paulistano na R.Vergueiro, e nesse prédio tinha uma barbearia, que meu pai me levava para cortar o cabelo, a mim e meus irmãos, aquele corte americano (da época). E logo fiz amizade com o filho do barbeiro que moravam em cima da barbearia, e estudavamos juntos no Colégio Campos Sales, na Rua São Joaquim. Nessa época passava bonde na Rua Vergueiro, e tinha a fabrica de chocolate Sonksen, que ia lá tocar a campanhia para ganhar chocolates. Nessa época ainda não exisitia a Av. 23 de Maio, exisitia um córrego chamado Itororó, e nele corria lixo do Hospital Beneficiência Portuguesa, e eu cai nesse corrego, quase me afoguei, meu irmão me salvou, eu tinha uns 6 anos de idade. Eu fui o primeiro pacientes do Hospital do Servidor, o hospital nem tinha sido inaugurado, e tinha uma rampa, e eu cai com meu patinete, e me ralei todo, e levaram para dentro do hospital e fizeram o primeiro curativo. É gostoso lembrar, pena que não tenho fotos. Sempre que passo em frente a esse prédio me lembro do meu amigo, e do meu corte de cabelo, que eu não gostava nada. Belo trabalho. Um abraço.
Uaaalll! Essa sua história deixou ainda mais interessante o artigo!
Obrigada!
Sim…me lembro da Sonksen…minha mãe trabalhou lá um período que moramos em um prédio antigo em frente…era o melhor chocolate da época…pena que faliu…
Nossa, nunca tinha reparado nesse tesouro! parabéns. ET.: Um dia, quando puderem façam uma pesquisa sobre o prédio Alice, na r. 25 de Março 171. Nasci ali há 51 anos. Naquela época habitado por famílias árabes, armênias e japonesas, creio que de gerações intermediárias de imigrantes, e hoje com moradores mais humildes… Acho que vale uma matéria.
ET.\; a julgar pela simetria de portas e janelas, o prédio parecia ter esse tamanho mesmo. Ou será que ele tinha o dobro de tamanho, e metade foi ceifada?
Manter os estabelecimentos pintados na cor do prédio deveria ser obrigação. Contudo, aqui no Brasil, manter o padrão da arquitetura com certeza seria chamado de ‘burocracia’. Só no EUA, ou na França que é lindo.
É inacreditável!
Olá:
Parabéns e obrigado pelo resgate histórico de nossa cidade. Um páis sem memória não existe.
Tenho a acrescentar que o Trisavô de minha esposa morou ( e faleceu) em 1.913 nessa rua ( Rua Castro Alves) que se chamava rua Paulista. Estou fazendo a pesquisa da arvore genealógica dela e acabei descobrindo um pedaço da história do imigrante que deu o start na familia ( Ele chegou no porto de Santos com a familia vindo da região da Calabria ( Monteleone) em 1891 ).
Me parece que alguem tem foto da rua em 1.916 ( o nome dele é Alan) e seria ótimo se ele compartilhar a foto desse local.
. este merecia sert tombado pela curiosidade do corte. ainda de pé em 2022: https://abre.ai/i4GH