Os cigarros antigos produzidos no Brasil no final do século 19 e início do século 20 tinham em seus rótulos ilustrações que eram verdadeiras obras de arte. Como na época a fotografia ainda era bastante rudimentar, era muito comum as embalagens de cigarro serem desenhos, geralmente muito bem trabalhados.
Especialmente na primeira década do século 20, houve uma pequena leva de embalagens de cigarros que homenageavam vultos importantes do Brasil. Com durações variáveis, poderiam sair por vários meses ou uma única vez. Esta, de 1903, faz homenagem a dois símbolos de São Paulo e do Brasil, o jornal O Estado de S.Paulo e seu então proprietário Júlio Mesquita, vejam:
Não disponho de dados sobre por quanto tempo este cigarro foi produzido, nem se Julio Mesquita – à época com 41 anos – apreciou esta homenagem. Mas é certo que aquela época os cigarros eram vistos com olhos muito mais simpáticos do que são agora.
Abaixo nota do jornal “O Estado de S. Paulo” de outubro de 1903 que fala sobre esta marca de cigarros:
O cigarro “Julio Mesquita” era produzido no centro de São Paulo pela extinta Charutaria Carioca, que entre outras pérolas vendia outra marca impensável para os dias de hoje, com o nome de “Pyroca”, veja abaixo:
É, no mínimo, uma recordação muito inusitada!
Respostas de 4
Sou colecionador e adorei a informação. Desconhecia. Quem dera eu ter uma dessas!
Realmente fala de um hábito que nem se pensava como “não saudável”, mesmo porque o cigarro tinha menos componentes quimicos e era mais natural. Emfim, sem apologia o resgaste do essas relíquias do século XX é muito bem vinda
A fábrica de cigarros Veado ficava onde desde 1962 está o Cadeg (o “Mercado Muncipal” aqui do Rio, que na época era estadual, pois Estado da Guanabara). Mas nada sobrou do prédio da antiga indústria.
Como nota de curiosidade, o proprietário da Charutaria Carioca era Alfredo Gonçalves Biar, pai da falecida atriz Célia Biar.