Nos bairros, diferentemente do centro dinâmico das cidades, é possível identificar as residências de uma maneira um pouco mais simples e humanizada. Bastante comum antigamente, e ainda usual nos dias de hoje, dar nomes as casas ou apelidá-las para melhor identificação.
Era assim que surgia a “casa do geladinho”, “casa da costureira” ou ainda a “casa da benzedeira”. E também surgiam as casas identificadas pelo seus donos, como a “casa do fulano” ou o “palacete de sicrano”.
O leitor do São Paulo Antiga Claudio Bucci, nos enviou a foto de uma casa muito simpática conhecida com “A casa de Dona Dora”.
Localizada na rua Viveiros de Castro de esquina com rua Amoroso Costa, a antiga residência chamada de casa da Dona Dora não existe mais. Foi demolida em algum momento já distante para dar lugar a um sobrado.
Observe que a foto (de meados dos anos 40 ou 50) mostra um Jardim São Paulo muito diferente do que hoje estamos acostumados a ver. Ruas sem pavimentação, e o entorno da casa com poucos imóveis, sendo possível enxergar ao fundo até mesmo a região da Serra da Cantareira. Por fim, uma cena bem interessante no muro da casa na parte que se estende pela rua Amoroso Costa: três pessoas jogando o que parece ser uma partida de dominó.
A fotografia abaixo, mostra o cenário atual (2015):
O cenário da cantareira ao fundo desapareceu por completo, escondida pelo grande número de construções que hoje estão no entorno. A casa de Dona Dora se foi e hoje no lugar existe um sobrado.
Os muros baixos de uma vizinhança tranquila deram lugar a muros altos com cerca elétrica, fruto da violência e insegurança dos tempos atuais. Por fim, a presença de algumas árvores na calçada.
É bem possível que a casa de hoje seja mais confortável que a residência antiga que ali existia, entretanto os muros altos e eletrificados mostram claramente que, infelizmente, hoje somos prisioneiros de nossos lares.
E você, se pudesse escolher moraria em qual casa ? Na antiga ou na atual ? Comente.