Quem é ou foi morador da Penha e adjacências com certeza já ouviu falar da antiga fábrica da CAIO que por cerca de 4 décadas ficou localizada na baixada da Penha , precisamente na Rua Guaiaúna.

No final de 2008, restavam apenas ruínas da antiga fábrica
Quando eu ainda era garoto ia com os meus pais ali perto, numa pizzaria que ficava atrás da CAIO e adorava ver os ônibus sairem de dentro da fábrica, novinhos em folha ainda sem a pintura característica da empresa de ônibus que o comprou. Dali saíram ônibus novinhos para todo o Brasil e para muitos outros países como Angola, Chile e Líbano.
Pouco tempo depois, ainda na década de 80, a fábrica mudou-se para Botucatu e o local ficou vazio e abandonado trazendo uma decadência jamais vista antes naquela baixada da Penha.

Fig. 2 e 3 – CAIO em seus momentos finais
Por muitos e muitos anos ao trafegar pela Rua Guaiaúna via esta que foi uma construção símbolo de quando as fábricas ainda eram ativas na zona leste de São Paulo, hoje são muito poucas as fábricas que ainda persistem na capital e especialmente na zona leste, moldando São Paulo em uma cidade cada vez mais de serviços e menos industrial.
Algumas semanas atrás ao transitar pela região constatei que a construção que era o antigo parque industrial da CAIO não existe mais, fora totalmente demolido e a única lembrança que ainda nos remete à antiga fábrica é a porta de entrada onde ainda resistem as letras “AIO”.
No lugar da saudosa companhia, deverão se erguer em breve novos prédios residenciais ou um novo condomínio fechado de sobrados e um pouco da história da Penha terá sido apagada para sempre não só da memória dos penhenses mas também de todos aqueles que um dia já viram a antiga e charmosa fábrica da CAIO.
Os três mapas abaixo, mostram a transformação da área da antiga empresa em três momentos distintos: A fábrica ainda de pé, o terreno limpo e o atual conjunto de edifícios residenciais que foram erguidos no local.

Setembro/2008

Novembro/2009

Maio/2018
Não digo que o prédio deveria ser preservado, até porque agora é tarde demais. Mas já repararam que as instituições de preservação só se preocupam com o centro da cidade e um pouco com os galpões da Mooca?
Enquanto isso, Brás, Belenzinho, Carrão , Penha e Tatuapé vão sendo arrasados pelo “progresso“.
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