Chico Buarque, uma das figuras mais relevantes do meio artístico e cultural do país, é considerado por muitos críticos – e por este simples colunista – o maior artista vivo da música brasileira. Sua trajetória dispensa maiores apresentações neste espaço e suas origens familiares deixam claro que o talento para a cultura é algo que já acompanha a Família Buarque de Hollanda faz muito tempo.

Apesar de ser carioca de origem, Buarque viveu também em outras cidades e países. Notadamente morou na Itália por duas oportunidades. A primeira ainda garoto acompanhando seus pais e, posteriormente, por ocasião de seu exílio durante a ditadura militar. Mas Chico, junto de seus familiares, viveu também em São Paulo e em mais de um endereço.
DA HADDOCK LOBO AO PACAEMBU
O primeiro endereço de Chico Buarque em São Paulo foi na rua Haddock Lobo, na Consolação, região central da capital. Seus pais mudaram para esse endereço em 1946, quando o futuro cantor e compositor tinha apenas dois anos de idade. Eles viveram neste endereço até seu pai ser convidado a lecionar na Universidade de Roma em 1953.
Após a breve passagem em solo italiano a família Buarque regressou ao país, tendo como destino novamente a capital paulista. Neste momento o endereço escolhido foi uma casa na rua Henrique Schaumann, em Pinheiros, onde ficaram por um curto período. Nessa época a família chegou a adquirir um grande terreno na rua Iguatemi, no bairro do Itaim Bibi, zona oeste de São Paulo, para futuramente construir uma casa que abrigasse confortavelmente toda sua família.

Amigo da família, o arquiteto Oscar Niemeyer, presenteou o pai de Chico Buarque com um anteprojeto de uma ampla residência para ser construída no terreno. Entretanto a ideia jamais saiu do papel e a família optou por ir atrás de uma residência já pronta e, por isso, mais acessível.
É neste momento que Sérgio Buarque de Hollanda adquire um belo casarão em estilo normando, construído em 1929, localizado ao número 35 da rua Buri, no bairro do Pacaembu. A casa, comprada em 1957, pertencera anteriormente ao médico paulistano Moacyr Eyck Álvaro.

A nova e definitiva residência oficial da família em São Paulo e logo se transforma em um espaço de efervescência cultural e, nos anos da ditadura militar, em espaço de resistência.
ABANDONO E RECOMEÇO

Após a morte do patriarca Sérgio Buarque de Hollanda, em 1982, a residência começa lentamente a entrar em um processo longo de deterioração que a acompanha por duas décadas. Neste período uma ex-funcionária da família abre um processo de usucapião do imóvel, mas perde na justiça. Após este imbróglio ser resolvido, em 2002, a família repassa o casarão da rua Buri 35 para a prefeitura paulistana, mediante uma indenização.

Anos depois de desocupada a prefeitura inicia um minucioso processo de restauração do casarão que, após concluída, é reaberta em dezembro de 2017, durante a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) para abrigar o Centro de Referência e Formação da Rede UniCEU, ligado à Secretaria Municipal de Educação, com o espaço sendo batizado de Casa Sérgio Buarque de Hollanda.
Atualmente o imóvel segue preservado, porém sem atividades públicas. Confira abaixo uma sequências de fotografias da residência:






Respostas de 36
No final dos anos 70 quando trabalhava no Programa Abertura da TV Tupi, fizemos uma reportagem com Sérgio nesta linda residência.
Parabéns pela matéria.
Gostei muito.
Gostei muito de saber o meu artista preferido. Parabéns!
Gostei muito do casarão ouço chico buarque gosto muito do chico várias músicas interessantes
Será que Aurélio Buarque de Holanda pai de Sérgio, também viveu nesse casarão ??
Aurélio Buarque de Holanda, filólogo e dicionarista, não é o pai do Chico, e sim o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, conforme consta do texto.
O Aurélio era irmão ou pai do Sérgio?
Grata
Aurélio era primo de segundo grau de Chico Buarque; sua mãe, Maria Buarque, era sobrinha de Cristovão Buarque de Holanda, portanto prima de Sérgio Buarque de Holanda, que era o pai de Chico Buarque de Holanda.
O Aurélio e o Sérgio não são parentes. Pelo menos não próximos. Pode ser que pesquisando a árvore genealógica.
Sérgio não era filho de Aurélio
Um espaço lindíssimo não pode ficar ocioso ou sub aproveitado. A arte tem muito a fazer aí.
Chico realmente é o maior artista brasileiro de todos os tempos.
Discordo, mas isso é questão de gosto.
Muito boa a reportagem. Gostei.
Nossa que matéria maravilhosa, parabéns pela pesquisa e relevância toda! Obrigada por partilhar
Espero que seja um incentivo para reacender o propósito da casa, de repente abrindo o espaço para o público, com algum tipo de atividade…!
Amo essas matérias, parabéns pelo trabalho!
Adorei o texto e saber que o casarão está preservado. Morei ali perto da Rua Buri e sempre que por ali caminhava fazia referência ao belo imóvel e, principalmente, aos seus ilustres moradores Buarque de Holanda que dele fizeram um local de resistência contra a ditadura que vivemos neste país. Obrigada.
Gostei muito achei linda demais a residência da família do Chico e só pra completar eu Amo Chico Buarque acho ele muito inteligente suas composições são uma obra prima
Parabéns Pra Você que fez essa matéria
Lugar lindo, que merece ser reativado como espaço cultural. Quantas exposições, inclusive sobre as obras da genial e maravilhosa família Buarque de Holanda, poderiam fazer parte frequente deste belo espaço.
Toda família muito cultural, esse lugar merece abrigar atividades de importância para nossos jovens se alimentarem de arte e cultura. Chico Buarque maravilhoso que amo, sem deixar de citar a saudosa Miucha que canta a e encantava nossos corações com sua voz doce.
Sérgio Buarque de Holanda era filho de Cristóvão Buarque de Holanda.
Aurélio Buarque de Holanda era filho de uma sobrinha de Cristóvão Buarque de Holanda.
Parabéns pela matéria!
Apoio a Sandra em sua ideia de transformar esse casarão em um centro de referência cultural da família Buarque de Holanda. Além de merecido, vom certeza não faltará material do nosso genial e queridissimo Chico Buarque e de sua ilustre família para ser exposto. Obrigada pela matéria.
Interessante historia desta familia. Casarao lindo!!
Que bom saber que nosso Pais tem pessoas de alta cultura e que ao mesmo tempo são populares com o povão.
Amei saber um pouco mais da vida do meu querido Chico Buarque, dono de lindas e inesquecíveis canções.❤️
Parabéns pela matéria!!!
Porquê não um museu da família Buarque de Holanda, eu iria amar!!!!
Inaugurada pelo saudoso Chico!!!
Que sonho!!!
Gostei do texto e das referências históricas.
Eles moraram tbm na Av. NSC no° 6/ Leme/Copacabana RIO/RJ, qd o bairro na maioria eram casas e esse prédio q eles viveram foi um dos primeiros a ser erguido no bairro e dava pra ver o mar da praia do Leme/ Copacabana. Eu tenho uma amiga da adolescência q mora há quase 40 anos no msm prédio. Depois a família Buarque mudou-se pro LIDO tbm em Copacabana, esse prédio tem uma das entradas + icônicas do bairro. Já esse era de esquina c/a praia, na belíssima Av. Atlântica.
Detalhe, que deve ser frisado: a casa foi entregue à prefeitura de São Paulo em 2002 e ficou abandonada até Fernando Haddad dar vida nova ao património público histórico e cultural. Gestor público de qualidade faz mais que aparece.
Parabéns ao Douglas Nascimento pela belissima matéria.
Está correta a informação da Regina Lopes Martins. Conforme consta no livro Buarque uma Família Brasileira, de Bartolomeu Buarque de Holanda, Luiza, avó de Aurélio, era a irmã mais velha de Cristovam, avô de Chico. Portanto, Sergio e Aurelio Buarque de Holanda eram primos.
Matéria show!! Família nobre e de referência intelectual e cultural incomparável em nosso País!! Fernando Haddad; outra visão sob o ponto de vista histórico-cultural. Isso tem que ser enaltecido…
Interessante, o despego. A casa que o Pai construiu e os filhos não deram valor. Uma pena. Apesar, de grande músico e da família ter respaldo, não tiveram a consciência de manter um patrimônio histórico e familiar. Uma pena.
Maravilhoso artigo!! Amo esses artigos que falam da cidade que mais Amo! São Paulo, sou a baiana mais paulista que existe. Obrigada amigo, pelo lindo trabalho.
Excelente matéria.
É lamentável que esteja fechada, sofrendo a ação do tempo.
O governo federal poderia assumir a casa.
Se depender do governo estadual e municipal de SP, corre o risco de ser demolida.
Houve um tempo em que Chico embarcava, quase toda semana para tomar café com seus amigos em Paris.
Shalom!