Há uma frase por ai que diz: “Povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la”, porém no caso que tratamos aqui vou modificá-la um pouco para “povo que não conhece sua história está condenado a não preserva-la”, isso porque muitas vezes as pessoas simplesmente desconhecem a história de seu país ou mesmo de seu bairro.
E este desconhecimento vai além do povo e chega até a camada daqueles que nos governam e que por muitas vezes, mostram ter menos conhecimento e mais despreparo do que podemos imaginar.
E é este despreparo de nossos governantes que está fazendo com que um dos maiores símbolos vivos da história do Brasil seja esquecido lentamente: a Figueira das Lágrimas.
Na altura do número 515 da Estrada das Lágrimas encontra-se esta que é de longe uma das árvores mais importantes da história do Brasil, a figueira-brava que é conhecida nos poemas, nos romances e nos textos históricos como a árvore das das lágrimas ou figueira das lágrimas. Árvore cuja idade é mais antiga que a própria história da Independência do Brasil e que sobrevive hoje apenas pelo esforço, amor e dedicação de uma única pessoa, já que as autoridades há décadas esqueceram dela.
Diante desta árvore já passaram mercadores, soldados, viajantes e até os imperadores d. Pedro I e d. Pedro II. Em seu tronco, mães chorosas, pais apreensivos e esposas angustiadas, encostaram para ver seus filhos e maridos sumirem estrada adentro rumo à Guerra do Paraguai.
Hoje inúmeras pessoas passam diante dela todos os dias, seja caminhando ou seja em algum meio de transporte para irem aos seus variados destinos e a árvore continua por ali, como que saudando a todos. Mas ela parece triste, esquecida atrás de um muro que está prestes a desabar.
E esta figueira não foi plantada ali por alguém que passou, faz parte da vegetação original do local que hoje já inexiste exceto por ela mesma. Do seu lado, como que uma companheira para atenuar o seu triste esquecimento, uma árvore ficus estrangeira (ficus benjamina) faz companhia à figueira das lágrimas, chegando até a confundir qual é qual quando vistas pelo lado de fora.
DESCASO COM A HISTÓRIA E COM A NATUREZA:
O abandono que está o local onde se encontra a histórica figueira pode ser notado das mais diversas formas. O centenário muro com gradil que a cerca está completamente comprometido, devido a ação da raiz das duas árvores que se movimentam lentamente pelo solo.
Boa parte do muro está solta, apenas encaixada e não vai ser preciso muito esforço para que ele venha desabar para o lado da rua, causando uma tragédia. Poucos metros dali, na mesma calçada, há uma escola cujas crianças adoram ficar perto da árvore antes ou depois das aulas.
E a dramática situação do muro que protege a árvore não está somente no fato dele poder cair a qualquer momento. Mesmo sendo parte do terreno da casa de dona Iara ela não pode fazer qualquer alteração no muro, pois pode ser multada pelo fato dá arvore ser patrimônio histórico paulistano. Entretanto, há quase uma década que nenhuma autoridade municipal ou estadual atende seus pedidos para restaurarem o muro, mesmo diante da tragédia anunciada que pode ser a queda deste.
Para evitar algo mais trágico, dona Iara resolveu por ela mesma espetar alguns ferros no muro (veja no canto direito da foto anterior) para sustentá-lo, pois sem estes ferros o muro já teria cedido. Ao fazermos a reportagem podemos comprovar que o muro balança bastante.
E não é só o muro que é problema. O local sofreu e ainda sofre com frequentes atos de vandalismo como pichações e roubo. A placa comemorativa de bronze que identificava o local como parte da história do Brasil há décadas já foi roubada e nunca mais reposta. Outra placa, no interior do terreno, só sobrevive porque não é feita do mesmo material, mesmo assim a responsável pelo terreno acha que é questão de tempo para que a peça seja furtada. E ela nada pode fazer para impedir.
VÍTIMA DA BUROCRACIA:
A situação de dona Iara não é fácil, ela é praticamente refém da burocracia e do poder público. Impedida de fazer qualquer coisa no terreno, no muro ou mesmo na árvore, seus esforços não podem ir além de manter a árvore sadia. E basta 5 minutos de conversa com ela para perceber o grande amor que ela nutre pela figueira e a grande angústia que vive a moradora deste que é um dos endereços mais importantes de nossa história.
Há anos e anos dona Iara fala com subprefeitos e políticos e ninguém é capaz de ajudá-la a preservar o local ou, pelo menos, reformar o muro antes que algo pior aconteça. Na parte interior dos muros, onde se encontra a árvore das lágrimas, tudo é muito limpo e cuidado com carinho por ela. Mas isso é o máximo que ela pode fazer. Em época de eleição vários aparecem e prometem ajuda, passado o período eleitoral desaparecem. Nem mesmo isenção de IPTU dona Iara possui.
O QUE PODEMOS ESPERAR ?
Que futuro terá esta história triste que vive a Figueira das Lágrimas ? O que podemos dizer de governantes que adoram dizer que o Brasil é uma potência, que é uma país rico, mas que é incapaz de cuidar de uma árvore e manter o muro que a cerca preservado ? Teremos que esperar acontecer uma tragédia para só então tomarmos providência ? Não é isso que desejo para o meu país, não é isso que podemos aceitar de nossas autoridades.
No próximo dia 07 de setembro celebraremos os 190 anos da Independência do Brasil. Naquele dia, hoje tão distante de nós, nossa figueira já estava por ali! E precisamos fazer algo para que ela continue ali sã e salva nos próximos 190 anos que virão. Mas até que algo seja feito, o choro silencioso da Figueira das Lágrimas continua.
Veja mais fotos da Figueira das Lágrimas (clique na miniatura para ampliar):
Respostas de 70
OMG ! A Arvore mais velha do Brasil ainda resiste , seria uma puta sacanagem se alguem desmatasse ela 🙁
A arvore tem que ser cuidada gente. Da do de ver ela assim.
Quem os políticos representam senão eles próprios e as elites? Sinto-me cada vez menos representado e não consigo me identificar com político algum. Estudo esta área e a cada dia me decepciono mais com a política e com as pessoas. Infelizmente nossa história não é preservada e cada vez mais nos tornamos um povo sem identidade. Salvemos a Figueira das Lágrimas antes que seja tarde demais!
Meu! Acho que nunca passei na Estrada das Lágrimas. Pensei que essa figueira, da qual já li menções, nem existisse mais. Puro milagre que permaneça ali aquela grade linda! Puxa, parece tão simples fazer essa reforma! Nem deve ser caro, para uma subprefeitura, que tem recursos humanos abundantes. Que coisa! Que mediocridade pública! Mas para estádios de futebol tem bilhões!! Este é um país que vai pra frente, que colhe o que planta (deseducação). Parabéns equipe do São Paulo Antiga! Que grande trabalho vocês fazem!
É, passo direito em frente a essa árvore e fico pensando na história dela e em como ela está, sorte que temos algumas pessoas que ainda se preocupam, parabéns a Dona Iara.
Dona Iara, cheguei a conhecê-la todas vezes que eu e minha equipe fomos até local ela sempre varrendo as folhas cuidando da árvore, ela e sua filha que mandou e-mails para arrumarem o muro antes que caia, até mesmo dona IARA foi procurar ajuda mas não são ouvidas, e agora derrubaram o muro inacreditável.Absurdo.
A placa roubada era de 1920, ano em que a figueira foi murada. Me lembro de passar ai inúmeras vezes quando ela ainda existia. Vinha acompanhada de um poema, se não me engano.
Isso mesmo, nela tinha um poema.
Sou paulista com muito orgulho é claro, mas moro à mais de 40 anos na amazônia, ou seja, em meio à muitos milhões de árvores. Mas, no caso em particular, estamos tratando não apenas de uma árvore secular, mas sim de um marco histórico, de uma árvore que está resistindo ao tempo e ao desaparecimento do verde da natureza, destruida sem piedade em decorrência do avanço da chamada “civilização”. e indifêrença das autoridades. É muito lamentável !
Não é só o problema do muro. Árvores importantes precisam do acompanhamento de um especialista de botânica pra evitar fungos e garantir a boa nutrição da planta.
Em Santo André o galho de uma árvore multi-centenária mal cuidada caiu e matou uma senhora. Resolveram cortar a árvore, que não tinha culpa de nada.
Vai ver que é isso que a Prefeitura quer que aconteça.,um acidente pra justificar a derrubada desta árvore. Daria menos trabalho e não teria que se responsabilizar mais pela manutenção, que nunca foi feita.
Procurem no google a Takizakura of Miharu. É uma cerejeira de MAIS DE MIL ANOS no Japão que continua de pé, florindo e muito bem cuidada.
Parabéns pela matéria, SPa! Essa região está muito degradada e a árvore histórica ainda resiste. Próximo ao local da figueira ainda havia uma bica de água decorada com azulejos (isso há uns 25 anos)…
É INCRIVEL QUE MOREI NESSA CIDADE DURANTE MAIS DE 50 ANOS NAO CONHECESSE A HISTÓRIA DA FIGUEIRA DAS LÁGRIMAS,A QUL DEUSEU NOME A ESTRADA QUE POR ELA PASSA.O TRABALHO DE VCS É CADA VEZ MAIS ADIMIRADO.É UMA AULA DE CONHECIMENTO GERAIS QUE NENHUM ESCOLA ENSINA.SOU FANÁTICO PELO TRABALHO DE VCS.SE EU NAO FOSSE APOSENTADO TERIA O MNÁXIMO PRAZER DE COLABORAR FINANCEIRAMENTE COM VCS MAS, INFELISMENTE NAO DÁ.ESPERO PODER COLABORAR MANDANDO FOTOS OU COMENTANDO PUBLICACOES FEITAS QUE ME SEJAM DO CONHECIMENTO.
Bom, o subprefeito deve ser um tremendo de um incompetente, ou alguém que astá pouco pouco se lixando para uma ‘árvore velha, num bairro feio”.
O subprefeito, com certeza, está muito, mais muito mais preocupado com seu gordo salário no final do mês e no carguinho que só vai durar 4 anos.
Os cuidados com uma árvore dessa importância são super simples e baratos.
Se a prefeitura quisesse, em menos de um mês, o lugar ficaria um brinco, orgulhando a cidade, o bairro, o poder público municipal, os ambientalistas e tudo mais.
Tudo isso se QUISESSE!
E alguém acredita que na nossa prefeitura alguém queira fazer alguma coisa além de multar???
Ou alguém acha que nossos subprefeitos, todos militares à beira da aposentadoria, teriam algum tipo de carinho ou ainda interesse cultural e/ou histórico?
Aliás…o que mais além de algum tipo de tara do nosso prefeito para nomear apenas militares para as subprefeituras????
eu sou de sao jose do rio preto,fiquei sabendo dessa maravilha nesse dia 09/01/2013.. essa historia e linda.
Eu moro perto desse lugar. A história dessa árvore é super interessante. Gostei do post, só que aumentaram algumas coisas nisso ae. Mas gostei muito da reportagem.
Como sempre a incompetência dos administradores, não fazem nada para preservar e não deixam fazer.
VALIOSO EXEMPLAR, ESTA FIGUEIRA. É PRECISO SIM, CONSERVAR, PROTEGER. ALGUÉM ESTÁ FAZENDO ISSO. ALGUM VOLUNTÁRIO. PARABÉNS SENHORA OU SENHOR. TIVE A GRATA SATISFAÇÃO DE MENCIONAR EM MINHA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ESTA BELÍSSIMA ÁRVORE E TAMBÉM A PLACA QUE PUDE FOTOGRAFAR ANTES QUE A ROUBASSEM. PODE SER CONSULTADO.
Bem próximo dali existe a favela de Heliópolis, onde precisam se preocupar de verdade.
As árvore são muito importantes, mas as pessoas devem receber uma atenção.
Estamos sem saúde, educação de qualidade e segurança bem ao lado desta árvore.
Estamos morrendo e sendo deixados de lado e morrendo como esta árvore.
Sou morador da favela.
Em respeito a sua pessoa por ser morador de uma comunidade que merece atenção e, tantas outras que existem nesta cidade e neste País, lhe digo que, se o ser humano não tiver a consciência e o respeito pela sua História e pela nossa biodiversidade, muito menos terá por ele mesmo. “Um povo que não respeita nem conhece a sua história está condenando a si mesmo”. Perdão ao autor por esta colocação!
Alimentar a alma é tão ou mais importante do que alimentar a máquina, de brevíssima existência, que a conduz.
Sinceramente parece até proposital o descaso que se tem no Brasil com monumentos e marcos históricos dos tempos imperiais. Parecem se esforçar por apagar ainda mais da memória do brasileiro (como se fosse preciso) este período.
Vergonhoso tanto descaso por parte dos brasileiros…
Dinheiro para dezenas de luxuosos Corollas renovados de tempos em tempos para os nobres vereadores a cidade tem. Sinceramente, me deu vontade até de chorar… Triste país sem memória, sem respeito…
Sei que se faz desnecessário registrar, no entanto, não posso deixar de enaltecer o trabalho do pessoal do São Paulo Antiga, que tantas riquezas de informações tem trazido para aqueles que tem simpatia por esse tipo de trabalho.Nos pequenos flashs, podemos realizar grandes viagens.Eu, particularmente, já aproveitei de inúmeras histórias postadas pelo site…Essa da Estrada das Lagrimas , por exemplo…Oportuna, e consciente!Só podemos parabenizar o trabalho do Douglas e grupo por essas pérolas!
Obrigado!
M
Maurício Moura
Tecer
Pois é… além da árvore estar sem os cuidados botanicos necessários, ter seu muro em estado lamentável e ter sua placa roubada a coitadinha ainda tem de ouvir funk e forró o dia todo, todos os dias…..kk ( eu moro bem perto e sei o que estou dizendo, os carros de som passam estrondando do Heliópolis). Na minha simples opiniao ela ainda retrata muito bem o nosso povo e testemunha o que nós, humanos fazemos de pior com o tempo que nos é dado a viver nesta terra, desrespeitando a vida e o bom senso em todas as suas formas possíveis. Que triste!
Lamentável o preconceito.
Estou eu, Willian Pastorelli, desta cidade, acompanhando mais de perto esta incrível história, seja de acontecimentos, seja de descasos, pelo fato de estar me instalando no imóvel ao lado.
Fico muito sentido em ver tamanha descaso para com ela, seja pela conservação do muro, pela descaracterização do gradil, seja pela má conservação da árvore, esta que parece ter sido podada com facão.
Espero em breve, junto com esta vizinhança, conseguirmos algo em favor deste monumento.
eu vi essa historia dessa figueira na globo e há senhora que trata dela todos os dias, infelizmente ela não dá conta completamente, pois o descaso das autoridades em conserva-lá e péssimo ,Muito boa a reportagem
Minhas tias moram nesse bairro e desde que me entendo por gente passo em frente a essa árvore, aliás, não é só a árvore que está degradada, a região aonde ela fica como um todo está, ali perto fica a favela do Heliópolis e apesar de lá existir muita gente de bem, a criminalidade ali na região é alta, pois hoje em dia os bandidos infiltrados naquela favela não poupam nem a região aonde eles mesmos vivem e vira e mexe minhas tias falam de alguma ocorrência de furto ou roubo que ocorre, ou na rua da casa delas, ou nas adjacências. E quanto a árvore, adivinhem… ganha uma fita cassete com as 20 versões diferentes de “Morango do Nordeste” quem adivinhar como a árvore está hoje…
morei 40 anos em São João Climaco conheci essa bela arvore mas me falaram que ela foi derrubada para fazerem um condominio …
Não foi não, ela segue no mesmo lugar…
que bom fico muito contente em saber
Estou com 76 anos de idade e esta árvore fez parte de minha infância. Vivo no Rio há décadas e fiquei feliz de saber que ela ainda existe, mesmo precariamente. Deveria ser cuidada como um dos melhores monumentos que representam a história do país.
Oh… Sr. Carlos!… que bom que o Sr. se lembrou da árvore… receba forte abraço. Há pessoas que ainda cuidam dela. Nelson.
fiquei feliz em saber tinham falado que tinham derrubado ela tinha ficado muito triste..
Essas postagens só me fazem lembrar, ainda jovem, da administração do saldoso Jânio Quadros.
Se foi ou não um bom prefeito não me lembro. Mas lembro de suas atitudes de manter uma São Paulo limpa, bonita e bem preservada.
Lembro da 25 de março e seus arredores, onde minha tia nos levava para as compras de Natal.
Lojas bonitas, rua organizada. A loja Camicado só vendia louças finas…
Logo veio a Erundina e transformou tudo nisso.
O prefeito Firmiano Pinto, em 1920, mandou afixar uma placa de bronze, com um poema de Eugênio Egas, que infelizmente foi furtada recentemente:
Sou a árvore das lágrimas
e das saudades.
Sob a minha sombra
corações sem número
separaram-se aflitos.
[…]
Vi e admirei,
vejo e admiro,
hei de ver e admirar,
a vertiginosa marcha triunfal
do progresso paulistano.
Viajante que me contemplas,
descobre-te!
E lamentável a nossa historia desaparecer e a gente não poder fazer nada ficamos reféns do poder publico municipal e estadual hoje a gestão do Prefeito Haddad se preocupa em apenas gastar todo o dinheiro dos cofres públicos pintando o chão de vermelho e fazendo ciclofaixa que ninguém e o restante que sobra gasta com novos radares para arrecadar com multas usa já o Governador não liga para a Historia e nem cultura vejamos o exemplo da TV Cultura que logo logo ira encerrar suas atividades pela ma vontade politica e fica aquele jogo de empurra e ninguém toma providencias e lamentável ver parte da nossa historia agonizando e pedindo por socorre mas nossos governantes se fazem de surdos e cegos.
Recentemente peguei um jornal da freguesia news que conta a historia do marco da partida das tropas brasileiras para a guerra do Paraguay esse monumento ficava no Largo da Matriz da Freguesia do Ó em 2013 a prefeitura mandou reformar a praça e o monumento como num passe de magica simplesmente sumiu e ninguém sabe onde foi parar parece brincadeira e a nossa realidade
Fica a ideia: uma campanha nas mídias sociais, fazendo bastante barulho para chacoalhar o poder público.
Passei minha infância e boa parte da minha juventude nesse bairro. Mas quando era criança costumava ir jogar bola e nadar nas lagoas que tinha no Heliopolis. Na volta para casa, cansado de tanto correr…trazia em minhas mãos algumas goiabas e amoras que apanhava nesse trajeto. E bem ali na sombra dessa árvore, me sentava e pedia para uma senhora lavar as frutas no seu tanque para que pudesse consumi-las. Juntamente com outros colegas de infância, ficávamos observando-a e cada um tinha uma história para contar. Mas a minha era sempre a mesma. Que ali eram amarrados os escravos apreendidos pelos capitães da mata e surrados! Outras vezes surrava vão-no até a morte. Por isso chama vão-a de árvore da lágrima. Devido ao grande sofrimento dos negros escravos. Em outra tese, a árvore chorava e gemia assim que chegava o anoitecer.
Bem contei-lhes um pouco desse conhecimento, posso dizer que ali as sombras dessa árvore descansei sinto-me um responsável pela luta para à preservação dessa árvore.
Boa tarde Sr. Ivan, poderíamos entrar em contato com você para conhecer melhor sua história coma Figueira das Lágrimas?
Bom dia, permita-me chama-lo de amigo, concordo com tudo que está escrito gostaria ee acrescentar que”povo que não conhece sua História não tem futuro” e é exatamente o que acontece com nossa Nação.
A historia das árvores da cidade de São Paulo sempre despertaram grande interesse, para quem pescou lambaris no rio Pinheiros e nadou e remou no rio Tiete. Assim passei minha meninice e juventude, até entrar na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, no bairro da Aclimação na Rua Pires da Motta nº159 e lá conviver com uma frondosa Figueira (provavelmente Ficus microcarpa), que nos idos de 1954 já era enorme e seguramente fora plantada no final do século XIX, por ilustre cientista do do instituto Vacinogênico de São Paulo, já existente em1894. A esse Instituto em 1917 se associou o Instituto de Veterinária que ao qual em 1919 se associou um Curso de Veterinária, que no evoluir dos tempos daria origem a um dos Cursos de Graduação Superior do Estado de São Paulo, que incorporados deram origem a Universidade de São Paulo em 1934. Caso essa suposição seja real a nossa Figueira estaria girando ao redor de de 200 anos de vida, sendo uma das bicentenárias árvores de São Paulo. Com o tempo, em 1969 a Faculdade de Medicina Veterinária transferiu-se para a Cidade Universitária no Bairro do Butantã. A Pires da Motta nº159 deu lugar a Escola N Caetano de Campos e a estrutura da sede da Faculdade de Medicina Veterinária se transformou na moderna e tradicional sede da Escola Caetano de Campos… apenas houve a resistência e persistência de uma HEROÍINA a nossa vetusta Figueira, que por muito representar historicamente a sede de duas magistrais instituições O Instituto Vacinogênico de histórica atuação em Saúde Publica (foi dirigido pelo Dr. Arnaldo – criador da Faculdade de Medicina de São Paulo – também criadora da USP e da Faculdade de Medicina Veterinária da USP). Por tudo isso essa vetusta Figueira deveria ser Historicamente Tombada como patrimônio histórico.
Essa árvore foi testemunha de muitas histórias. Presenciou coisas boas e ruins. Na minha infância e juventude, tive muitas vezes próximo a ela.
Douglas, apesar de hoje morar no subúrbio da região metropolitana, amo a cidade de São Paulo, onde nasci e fui criado, cidade tão cheia de história e tão descuidada por seus governantes que, historicamente, se aliaram aos abutres da especulação imobiliária e da gentrificação, para abortar o novo e engolir o velho, chamando isso de progresso. Abraços.
Quem tem que cuidar dessa preciosidade é a comunidade. Não esperem nada do poder público, pois eles pensam apenas em si mesmo.
Morei na vila de numero 537 da Estrada das Lágrimas, casa 28, onde passei infância e adolescência. Esta árvore jamais foi cuidada, é um assombro que ainda esteja viva. Ela inclusive já foi atingida por raio que partiu o tronco e quase a destruiu, nos anos 60. Depois, com a favela, a situação piorou ainda mais. Lembro-me que uma época a arvore sofreu uma “manutenção” criminosa: parte do troco apodrecido por pragas, foi simplesmente cimentado !!
Como tudo neste pais, falta memória, falta respeito, falta preservação, falta educação !!
Newton morou na vila está mentindo desse jeito até antigos moradores sabe da verdade, para de mentir e pare com esse preconceito também não conheçe a estória pelo jeito, olha ali nunca foi praça viu e nem deve ser pelos perigos que ocorrem a vizinhança iria sofrer, deve ser reformado e jamais teriam tirado muro centenário apenas reformá-lo, mas aqui há muitos leigos que só criticam antes de saber doque se trata o valor da árvore e a senhora que passou avida cuidando e recolhendo as folhas NENHUMA VEZ A PREFEITURA FOI AJUDAR, mais criticar algo que é dos outros sem conhecer e nem acompanhar torna-se fácil. vários jornalistas de e emissoras foram até local e prestavam entrevistas uma das mais antigas ainda com a senhora que cuida da mesma foi parar fora do país ali a mesma com a vassoura varrendo suas folhas, E PELO AMOR DE DEUS quem não sabe oque falar melhor ficar quieto.
Tem a senhora a vizinha que sempre cuidou da árvore, pare de mentir pois eu e minha equipe sempre vamos fazer as reportagens está lá a senhora cuidando da árvore, vários repórteres emissoras de tv vão ao local ali o seguinte não depende só de uma pessoa cuidar, já que você morou tão perto por que não ajudou… citicar é tão fácil, julgar também mais ajudar, fazer já é diferente.
Brasileiros precisam de mais amor.
Na sexta -feira 12/07 colocaram tapumes, dia anterior a árvore dormiu aberta, inaceitável precisamos de força vizinha não tem condições de agir sozinha nessa batalha, quanto mais forças melhor e rápido ali nunca foi praça ali na rua tem assaltos e moradores de rua vários problemas usuários de drogas, não pode ser praça nunca foi, ela deve ser preservada e com o muro e suas peças a placa de 1920 foi roubada há décadas.
E hoje como ela está???
O muro foi derrubado, havia risco de cair, devido a raiz da árvore. Hoje o local está tapumado e com uma placa de “requalificação” da prefeitura.
Lamentável os políticos esquecerem de uma árvore tão importante, infelizmente, muitos só pensam nos votos e em se dar bem com os cargos. Graças a Deus, que há pessoas bem intencionadas, moradoras da região, que cuidam da árvore e fazem o possível no lugar do poder público. Só tenho a lamentar o descaso da prefeitura. 2022 será o bicentenário da independência, e será que até lá, a prefeitura terá cuidado decentemente de um monumento dessa importância?
Desculpem, que esqueci do principal: parabéns à Dona Iara!!! Sei bem como é essa luta, meu pai cuidou muito das árvores do Ipiranga, na Praça Pedro de Carvalho, a poucas quadras do Museu, e em troca, eu era hostilizado pela criançada da região, porque “não podiam brincar na praça”. Como se houvesse apenas a praça para eles brincarem, em uma época na qual era possível jogar bola, andar de bicicleta, enfim, brincar na rua à vontade.
Eles fizeram uma reforma. Passo todos os dias por
ela s2
Sr. Douglas, saudações. A árvore das lágrimas foi revitalizada. Vale uma revisita e atualização de seu artigo.
Irei até lá nas próximas semanas!
Tenho o prazer de passar por ela diariamente, uma honra ver parte da nossa história viva. É fundamental preservar e repassar para nosso filhos o valor da nossa história,já que os governantes não o fazem!
Tristesa não tem fim felicidade sim…
Que judiassão ver tal monumento nesse total abandono. A árvore que testemunhos os lamentos de mãe que viram sseus filhos partirem para a querra e das que não viram seus filhos voltarem…
Parabéns pela reportagem!!!. Fui buscar no gogle maps. Esta td do mesmo jeito em 2020. Pelo menos esta lá.
Na Estrada do Alvarenga no Bairro Pedreira existia ou existe ainda?,uma frondosa Figueira que tornou-se referência para o lugar,muito conhecida pelos locais,morei lá nos anos 60,alguém tem notícias?????
Meus avós Maternos, minha mãe e meu tio e tia moraram na casa da árvore das lágrimas…
Uma pena que está assim toda deteriorada e sem nenhum cuidado pois faz parte da história Paulistana e Brasileira.
É por isso que dou contra esse negócio de patrimônio histórico , principalmente de imóveis particulares, pois os proprietários ficam reféns, não podem fazer nada e o governo nem ninguém ajudam em nada, e quando ficam pra herdeiros então é pior, por não poder fazer nada, acabando abandonando o imovel
Eu achava que era por causa dos Pracinhas da 2° Guerra, não sabia que era por causa dos soldados que foram para a Guerra do Paraguai
Conheço e visito a Árvore das Lágrimas desde os anos 1950. Acompanhei seu progressivo abandono. Já escrevi sobre ela. Alguns dos capítulos de meu livro “O Coração da Paulicéia ainda Bate” (Imprensa Oficial/Editora da Unesp) são dedicados a ela. Algumas vezes, organizei excursões de estudantes e interessados em uma aula sobre a figueira e a história que ela, de certo modo, sintetiza.
A atual Estrada das Lágrimas, que algum burocrata oficializou com o estranhíssimo nome de Avenida Estrada das Lágrimas, é o antigo Caminho Novo do Mar, aberto do século XVI, para diferençá-lo do Caminho Velho do Mar, o primeiro, que descia a Rua da Tabatinguera, a mais antiga rua de São Paulo. Foi antes da Guerra dos Índios, de 1562, quando a vila foi atacada. Cruzava o rio Tamanduateí, enveredava pela Mooca, atravessava novamente o Tamanduateí, nas proximidades da Matriz Velha de São Caetano e cruzava a antiga Fazenda de São Caetano, dos monges São Bento. Dentro da Fazenda, o Caminho Novo, também no século XVI, entroncava com o Caminho Velho. No atual município de São Caetano do Sul, algumas ruas tem ainda o traçado desses caminhos antigos, de quase 450 anos, sobre os quais foram abertas.
Numa de minhas visitas recentes à Árvore das Lágrimas, um morador da área, que ficou surpreso com a história que lhe contei, disse-me que uma vizinha alegava direito de usucapião sobre o terreno em que se situa. Estranho. Aí por 1922, época do centenário da Independência, a família Sacoman, dona dos terrenos da região, onde se situava a Cerâmica Sacoman, doou o terreno da árvore à Prefeitura de São Paulo.
Por aquela época, no Dia da Árvore, as escolas costumavam levar até lá seus alunos para lhe recitarem poemas e crônicas escritos e premiados em concursos escolares. Era o tempo em que aqui se amava a história, as árvores e a poesia que nelas havia.
Estamos próximos do bicentenário da Independência. Talvez fosse o caso de um movimento em favor do alargamento do terreno para dar a ela o reconhecimento de monumento histórico. Professor José de Souza Martins.
A história da Família |Messias na Estrada das Lágrimas,Meu nome Helton Messias. 75 anos, economista com registro pela USP, ex-candidato a Deputado Federal, contador formado pelo Colégio Comercial São Carlos do Ipiranga, ex-assessor do ex-presidente Janior Quadros, e hoje morando na Bela Vista. Desde 1952 e até 1965 morei morei na Estrada das Lágrimas, 1180, em frente onde hoje existe a Comunidade Heliópolis, antes existia vários campos de futebol de várzea., S a u d a d e da arvore das lágrimas, por onde todos os dias passava em frente, para ir a escola Grupo Escolar Professor José Escobar, onde tinha a professora Magali, do Colégio Comercial São Carlos do Ipiranga, dirigida pelo saudoso professor e diretor José Plínio Colacioppo, e depois para ir ao trabalho na Lion (tratores Cartepilar, ao lado da base a aeronautica, onde hoje e o mercado Carrefour, e fui colega de trabalho de Geraldo Farias +, ex-prefeito de São Bernardo, e Fundição Brasil, na Mooca, onde fui colega de trabalho do apresentador Raul Gil. Morei na Estrada das Lágrimas juntamente com meus pais Manoel Messias e Edna Albernaz Messias, que viveram até 99 anos, e tiveram 12 filhos, Jairo, Janete +, Wilberto, Walfredo +, Ildete +, Olício, Helton, Aluizio +, Wolnei, Heliane, Airton, Edilson. Ali próximo existia a sorveteria do Demetrio, e ao lado passava um pequeno córrego onde pegava camarões. Precisamos reunir os sobrevienntes do Sacoman da decada de 1950, e através de um movimento criar um painel na estação metrô Sacoman, intitulado “Memórias do Sacoman”, com a colocação de fotos, histórias, que não é somente a arvore das lágrimas, mas também da Cerâmica Sacoman, do Clube Atlético do Ipiranga, da linha de bonde aberto Fábrica, vindo Parque Dom Pedro, Cine Samarone com 3,000 lugares, o segundo maior de S.Paulo, somente suplantado pelo ex-Cine Universo, hoje Igreja Universal do Braz. Aqueles que quiserem particiopa do MPMS-Movimento de Preservação da Memoria do Sacoman, entrem em contato pelo meu tel 9-9428-6718 Dr. Helton Mesasias, ou heltonmessias2@gmail.com, para fazermos a primeira reunião e formar a diretoria, e pedido de instalação dos painéis na estação do metro Sacoman..
O que podemos fazer para ajudar na preservação dessa rainha da natureza?