Estamparia Graziani & Alberto Ceron

A região do Ipiranga, na zona sul da cidade de São Paulo, é conhecida pelo Museu Paulista e também pelos seus inúmeros casarões que foram erguidos principalmente nos primeiros anos do século XX.

Infelizmente, boa parte destas construções centenárias não estão mais em pé para mostrar todo o seu esplendor, mesmo assim, um bom passeio pelas ruas do bairro nos permite encontrar algumas jóias escondidas.

clique na foto para ampliar

Uma delas, sem dúvida, é o belo e curioso casarão encontrado na altura do número 240 da rua Leais Paulistanos na esquina com a rua Costa Aguiar.

A construção chama atenção pelo seu estilo pouco comum na cidade. Sem recuo, o casarão dá direto à rua e tem bem acima da entrada principal uma torre com um solar. No solar, a curiosidade fica por conta de um globo típico de pistas de dança.

Esta casa abrigou por muitas décadas a Estamparia e Tinturaria Graziani. A empresa foi fundada no começo do século 20 pelo imigrante italiano Luigi Graziani, cujo sobrenome foi adotado para dar nome ao estabelecimento. Luigi faleceu em agosto de 1948.

O casarão no início da década de 1980
O casarão no início da década de 1980

Posteriormente, a empresa passou a família Ceron, tendo a frente a figura de Alberto Ceron, possivelmente seus últimos proprietários.

Nos últimos anos funcionou um salão de bailes no local. Um globo de danceteria ficou por anos pendurada no solar deste palacete (fotos abaixo).

Veja mais fotos deste casarão (clique para ampliar):

ATUALIZAÇÃO – 10/09/2015:

Uma triste notícia para os amantes e admiradores do patrimônio histórico paulistano e para os moradores do bairro do Ipiranga, um dos mais importantes da capital.

Casarão localizado na rua Leais Paulistanos começou a ser demolido nesta semana. O imóvel foi cercado por tapumes alguns dias atrás e no momento encontra-se já sem suas janelas e outras partes.

Datado do início do século 20, o imóvel abrigou por décadas a Estamparia Graziani, fundada pelo imigrante italiano Luigi Graziani. Posteriormente a empresa e imóvel pertenceram a Alberto Ceron e família.

A fotografia abaixo mostra o local já demolido com uma placa de novo empreendimento:

ATUALIZAÇÃO – 07/03/2022:

Voltamos neste artigo após sete anos de nossa última atualização para que o leitor possa conferir como ficou o local onde ficava a estamparia. A imagem abaixo foi extraída da ferramenta online Google Street View.

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Respostas de 30

  1. Douglas, ali no toldo azul ao lado do casarão (que eu brinco ser um posto de bombeiros, como naquele filme do Herbie) funciona um baile da saudade, sempre lotado de casais de velhinhos.

    Imagino que a área do salão de baile se estenda para dentro do casarão. Lembro que muitos anos atrás havia um letreiro de bar ou restaurante neste prédio.

    1. Sim qdo eu passava neste região anos atrás, tinha sim um letreiro de um restaurante, e tb lembro que havia (ou ainda exista) o baile da saudade. Ficou um belissímo prédio.

  2. Merecia mais cuidados, mas ja é boa coisa! O importante é ter alguém que cuide com carinho!

  3. Só pela peculiaridade dessa “torre”, que parece um minarete de mesquita, merecia ser tombado. Não conheço nada assim na cidade.
    Essa história de baile da saudade não dá certo. Logo logo esses velhinhos morrem e o imóvel corre perigo. Algum empresário podia comprar e tentar atrair, além dos fregueses atuais, um público jovem, fã de música antiga, samba, jazz, etc.

    1. Olá João Alberto! Moro há uma quadra deste casarão e sempre me pergunto o que foi aquela casa e o porque daquela torre, mas agora fiquei bastante assustado. Será que é uma casa mal-assombrada?
      Você morre nela com sua família ou mora nela? kkkk
      Sabe alguma coisa da história da casa?

  4. Colega, eu moro na Vila Zelina que é praticamente um bairro vizinho ao do Ipiranga, aliás essa região de Ipiranga/Sacomã é praticamente minha segunda casa já que minhas tias, irmãs da minha avó ainda moram nessa região e inclusive o meu bisavó (pai da minha avó) já teve bar ai nessa rua no início do século passado, aliás eu sempre passava nas esquinas dessas ruas, sempre via esse casarão, mas como todo bom paulista nunca dei tanta importância, quando passar ai agora vou olhar com outros olhos.

    Aliás, você poderia fazer uma matéria sobre a antigo galpão da Volkswagen que montava os Fuscas no início da década de 50 e ficava nas esquinas da Rua do Manifesto com a Rua Xavier Curado (se eu não me engano) que depois virou a fábrica de balança Toledo e há não muito tempo foi demolido para dar lugar ao Atacadista Roldão, que fica em frente a loja de materiais de construção Di Cico.

  5. Sem dúvida é uma magnífica construção. A torre é um minarete, comum nos países de origem árabe, pois havia no Ipiranga várias fabricas de tecidos, que em sua maioria eram turcos. Família Jafet entre outras.Talvez, a casa pertencia a algum familiar. É uma pena não conhecermos a história. Ficamos no campo da imaginação.

    1. Alceu, a família Jafet possuía a maior tecelagem da região, onde grande parte de minha família trabalhou nos anos 40, 50. A origem da família é árabe,(libanesa) uma vez que imigrantes turcos foram pouquíssimos, porém brasileiro tem o habito de rotular oriente médio de turco….Uma curiosidade é que o palácio dos Cedros esquina na Esquina da Bom Pastor com a Patriotas, tem este nome, porque o Sr Jafet que o construiu plantou na propriedade muito Cedros que é a árvore simbolo do Líbano, figurando inclusive no centro de sua bandeira.

  6. Na realidade, dentro do casarão funciona apenas a cozinha e alguns dormitórios. O Baile propriamente dito fica em um outro salão, atrás do casarão mas “pegado” a ele. Sei que antes do Carinhoso Bailes ali existia uma metalúrgica e sei que o local também abrigou uma têxtil (uma outra grande têxtil, o Assad, era também vizinho). Imagino que tenha pertencido a Família Jafet também. O Carinhoso não é proprietário do edifício, ele é alugado. Vizinho a ele também existia o salão do Centro Independência.

    Nasci e moro no Ipiranga. Morava ali perto, na Rua Tabor, e hoje estou no Alto do Ipiranga.

  7. Em tempo: caso queiram fotografar os detalhes (não está em bom estado internamente) procurem o Sr.Augusto, proprietário do Carinhoso Bailes. Ele vai receber vocês muito bem, é um senhor muito simpático e atencioso.

  8. Boa tarde! Não sei ao certo, mas os arredores deste imóvel está sendo fechado com tapumes. Também não quero acreditar que será demolido. Está muito deteriorado. Qualquer informação adicional, por favor deixe nos comentários. Passei neste local hoje, 04/09/2015.

  9. Douglas e amigos, eu tb vi os tapumes e já ia fazendo fotos quando vi que algum vizinho mais rápido já alertou o SP Antiga. Uma pena mesmo… País de m****! Abços, Cesar Cruz – escritor

  10. Douglas, boa noite! Você tem alguma informação a respeito do Centro Independência, que ficava a aproximadamente 80 metros desse casarão?

  11. . essa trapizomba de extremo mau gosto merecia ser preservada. acho que foi criado para ver o mirante do jaguaré, outra construção nonsense do tresloucado parente do santos dummont. rsrs

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