Um bairro paulistano que eu visito com muita frequência mas fotografava (até agora) muito pouco é a Casa Verde. Por ser um trajeto habitual de fazer visita ao mecânico, dentista e amigos acabo colocando na cabeça o pensamento “Amanhã eu passo de novo e fotografo”. Até o dia que a casa que eu via todos os dias não estar mais lá. Isso posto decidi nas últimas semanas que não deixaria mais nenhuma casa da região para trás.
Localizada na rua Manoel Garcia, essa casa antiga me chama a atenção devido a uma peculiaridade muito específica dela: os azulejos da fachada.
Típicos das décadas de 1970 e 1980 esses azulejos com gotas de vidro eram uma febre em São Paulo nessa época. Mais comuns na cor marrom castor, também eram encontrados em outros tons como verde, vermelho e azul. Na casa dos meus padrinhos lembro-me que tinha no tom similar ao da fotografia abaixo, que me parece ser o tom mais vendido.
Esse azulejo divide as opiniões das pessoas, sendo que há quem ame e há quem odeie. Lembro que minha mãe sempre achou muito cafona e datado, enquanto eu se não fossem tão caros hoje em dia (ainda se encontra em cemitérios de azulejos) eu até faria uma fachada com eles, preferencialmente no tom verde.
A casa desse artigo parece ter sido reformada em meados da década de 1970, quando recebeu essa fachada com azulejos. É possível observar que no muro eles estão um tanto gastos mas seguem bem cuidados. No geral o imóvel está muito bem cuidado e é muito bonito. Alguns acharão que é uma casa com visual kitsch, mas eu considero uma impressão temporal da época em que este material cerâmico estava na crista da onda.
Uma resposta
Esse efeito em cerâmica se chama “gota de leite”, originalmente foram feitos vasos com gotículas brancas na superfície parecidos com isso. O efeito é obtido pela presença se gordura na superficie esmaltada, que leva o esmalte a retrair em gotas vítreas durante a queima. Tipica dos anos 60 e incio dos 70.