Um evento proposto sem muito alarde pela vereadora Janaína Paschoal (PP) acendeu a luz de alerta entre moradores da Penha e defensores do patrimônio histórico paulistano nos últimos dias.

Divulgado apenas na véspera nas redes sociais da parlamentar municipal, o evento parecia ter sido preparado para ser um encontro de pessoas contrárias ao patrimônio histórico penhense, mas a rápida articulação entre pessoas da comunidade levou a presença de interessados em proteger a memória daquele que é o mais antigo bairro paulistano após o centro.
A mesa de debate contou, além da vereadora, da representante do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) Marília Barbour, do deputado federal Luiz Philippe Orleans (PL), da Subprefeita da Penha Kátia Falcão, além de representantes da sociedade civil, Conseg e OAB.

Para justificar o debate a vereadora Janaína Paschoal disse “Quando eu fui fazer a minha campanha a vereadora no bairro da Penha, fui parada muitas vezes por munícipes que diziam que essa questão do tombamento do bairro precisava ser revista. Ninguém utilizou, obviamente, palavras técnicas se seria uma flexibilização, se seria uma derrubada total do tombamento. O que esses munícipes me diziam é o seguinte: ‘o bairro aqui vai ficar asfixiado. O Tatuapé não para de crescer, Guarulhos não para de crescer, e a Penha está esmagada, nós não podemos fazer uma construção, nós não podemos fazer uma reforma, nós não podemos aumentar um empreendimento. Então, nós precisamos que a Penha também cresça e nós queremos que revejam essa questão dos tombamentos’”
O debate também contou com a participação da plateia presencial e online, cujos participantes eram amplamente favoráveis à preservação das ações de tombamento da Penha. Entre os participantes destacou-se a atuação do jornalista e pesquisador Douglas Nascimento, representando o Instituto São Paulo Antiga e o gabinete do vereador Toninho Vespoli (PSOL), a arquiteta Rossella Rosetto representante do mandato do vereador Nabil Bonduki (PT) e o memorialista e pesquisador do bairro da Penha, Francisco Folco, do Memorial Penha de França.

Apesar da discussão ter deixado claro o risco que o patrimônio histórico da Penha está correndo, o debate também trouxe ideias boas, como a sugestão de investimento no setor hoteleiro para estimular o turismo na região, proposta por Marcelo Magnani da Associação dos Proprietários e Amigos dos Imóveis Tombados (APITO) e de outros participantes de estímulo ao retorno turismo religioso (outrora um diferencial do bairro).
Entre os convidados ausentes destaque para os representantes do Condephaat e IPHAN, que não participaram nem justificaram o não comparecimento neste debate de tema tão sensível. A vereadora Janaína Paschoal promete retornar ao debate mais vezes. Espera-se que da próxima vez a divulgação ocorra de maneira mais ampla do que como ocorreu desta vez.
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Respostas de 11
O qunto mal essas pessos podem fazer por uma cidade….?
Pois é. A senhora Janaina anda tanto na contramão que estou sempre disposto a ser contrário às suas ideias e ações. Erra historicamente, erra socialmente e até psicologicamente, tendo em vista reações tresloucadas, desequilibradas, raivosas que são quase marca registrada de sua verve. Não dá pra confiar e achar que dessa moita vai sair algo positivo.
Com a palavra os eleitores dessa psicopata, tresloucada!
O Brasil é a terra onde tudo tem que parecer bonito, moderno, para o bem social, pensando no povo mais pobre, na conservação da história.
Mas o mais importante é só parecer, tem que ser tudo o contrário. Assim nos tornamos recordistas mundiais em tombamentos e esses tombamentos só atrapalham o povo, não conserva nada, mas deixa as construções abandonadas. Discutir uma flexibilização parece feio, logo é proibido tentar resolver. Somos uma terra das aparências.
De onde você tirou essa informação maluca que somos campeões de tombamento? Precisa estudar mais a questão, somos um dos países que MENOS preserva no mundo.
Tombamento não atrapalha ninguém, o que precisa ser feito é modernizar a lei e flexibilizar alguns pontos. Questões extremistas como desta vereadora não ajuda nem um lado nem o outro.
sou contra tombamento sem contra prestação pelos governos. os bairros tombados com muitos imoveis tombados viram cortiços, temos como um exemplo a bela vista, região da sta efigenia. se há interesse do governo em tombar,porque não compra o imovel a preço de mercado com mais 20% por indenização? ……. o tombamento de imoveis traz uma desvalorização de 30% a 50% no preço do imovel e no entorno tambem devido as leis. os governos deveriam dar no minimo, isenção de iptu para os imoveis tombados e uma ajuda para manter os imoveis em condições. vc sabe que a inflação foi de 6,7% e o iptu subil 15%? ……. precisamos colocar redias nesse negocio de tombamento para podermos ter a LIBERDADE do patrimonio particular.
Concordo com a isenção de IPTU para bens tombados e defendo que tenham incentivos públicos para reformas. Estamos preparando um projeto para isso, aguarde.
Vá morar no Tatuapé.
Não se trata da Penha ficar asfixiada pelo crescimento de Guarulhos e do Tatuapé, mas sim dessas regiões ficarem arejadas pela permanência de áreas preservadas por tombamento na Penha. E sabemos que essas áreas tombadas nem são tantas assim, e nem impedem o crescimento vertical de nenhuma região. Sobra muuuito espaço para a indústria da construção seguir (des)construindo. Mas o que tem valor histórico e arquitetônico, pelo bem da nossa condição humana, precisa ser preservado.
Então, essa criatura certamente esteve na Penha, uma vez, assim mesmo em campanha, e vem apresentar uma proposta ridícula dessas. E ainda cita o Tatuapé como referência de desenvolvimento urbano!!! Quem mora no Tatuapé hoje, vive nos 5ºs dos infernos, um bairro horroroso, todo verticalizado, cada prédio levantado, vomita 300 carros nas ruas, e estrangula a Av. Radial Leste. Conheço caso de gente que mora nas esquinas da Apucarana x Canta Galo, e pela manhã, para descer 4 quarteirões para chegar na Av. Radial, levam de 20/25 minutos. Se fato essa mulher, vive num planeta que não é real.