A região paulistana do Pacaembu é notoriamente conhecida por suas construções elegantes e suntuosas, algo típico para um bairro de elite. Contudo, uma parte considerável dessas residências não são visíveis para quem passa na rua, pois geralmente estão detrás de muros altos e portões vedados, algo muito diferente do que a Companhia City planejou ao lotear a área.
Mesmo assim é possível encontrar casarões e palacetes que até hoje mantém sua estrutura original preservada, com muros e portões baixos, revelando a beleza que são esses projetos arquitetônicos executados, em sua grande maioria, na primeira metade do século 20.

E admito que fiquei absolutamente encantado ao me deparar com esse magnífico casarão da fotografia acima. Localizado na rua José de Freitas Guimarães, o imóvel é um típico chalé europeu, com seu telhado largamente inclinado já preparado para aquela nevasca de inverno, que obviamente nunca virá.
Isso me serve para lançar uma crítica para uma parte das construções antigas deste bairro, que nos remetem a um cenário europeu ou estadunidense que nada tem a ver com o legado arquitetônico brasileiro, oriundo inicialmente dos portugueses, ou mesmo com a arquitetura brasileira de vanguarda. Remete puramente ao desejo de uma elite brasileira, na época, deslumbrada com o padrão do velho continente. Me pergunto se nã época alguém não se questionou: “Para que vou fazer um telhado para neve?”.
Repito, esse casarão me encanta, mas admiro muito mais outros do bairro que tem design modernista ou uma arquitetura colonial, esta última mais adequada para o clima e visual de nosso pais. Abaixo, mais uma foto, com destaque para a entrada da residência. Faço votos que se mantenha preservado.

Respostas de 11
Discordo de você. Nem sempre pensamos apenas na funcionalidade, e fazemos o que desejamos e podemos pagar. Eu, com dinheiro, certamente faria uma casa com este telhado inclinado, no estilo de certas regiões da Europa, o qual muito me agrada, mesmo sem a neve! Aliás, já andei procurando casas pré -fabricadas com esse tipo de telhado.
Grato pela atenção! MS
Mau gosto seu.
Douglas está correto, casas assim me remetem a tenebrosa Gramado, que até mesmo os alemães de hoje em dia acham breguíssima.
Correto, a inclinacao do telhado e demasiada. Quem gosta disto por aqui nunca se deu ao trabalho de subir no telhado para consertar goteiras, trocar telhas quebradas, ou fazer a limpeza periodica. O que poderia ser feito com uma tabua longa e se equilibrando em pe, obriga o aventuroso a lancar mao de cordas de seguranca.
Outro detalhe…. Notem o ângulo agudo da cumeeira de fachada ( Gable ). ……………………………………………………………………………………………..Este telhado rouba espaço de sótão, o qual funciona como uma câmara de abafamento. Dentro de sótãos, em climas frios, experimenta-se estar dentro de um forno no verão, e numa geladeira no inverno, mesmo empregando-se lã de vidro abaixo do laminado que suporta as telhas…………………………………………………………………………Esta inclinacao permite ao Sotao apenas o uso como armazenagem e nada mais……………………………………………………………………………………………………………………………………………………A unica vantagem deste e que minimiza a perda de calor no inverno.
Meu Deus! É maravilhoso!
E se fosse em estilo angolano, mexicano ou islandês, tudo bem?
E se foi uma homenagem aos seus antepassados europeus?
A casa é do cara, ele faz do jeito que quiser! Eu hein…
Moro nessa rua desde que nasci, e esse imóvel em particular sempre me fascinou. Eu o chamava de “castelinho” quando era criança. Com relação à arquitetura, eu a considero um ponto positivo, visto que ela chama muito mais a atenção e traz um clima muito mais aconchegante do que outros imóveis na mesma rua, que possuem projetos arquitetônicos assinados por Rino Levi e Artigas, que não passam nem de longe a sensação de ser um lugar agradável para se morar.
Decepção. O articulista se mostra cada vez mais esquerdista, só para garantir o seu lugar ao Sol. É uma hora bastante oportuna para relembrar a imortal passagem: “De que adianta ganhar o mundo inteiro, se vieres a perder a tua alma?”, do Santo Evangelho. Apesar da discordância, lhe desejo um 2025 muito ditoso e cheio de alegrias.
Colega, não coloque rótulos em quem você não conhece.
E você se revela um fanático religioso, ao citar evangelho numa matéria sobre arquitetura e um demente, ao chamar o autor de ‘esquerdista’ por criticar um estilo de construção que nada tem a ver com nosso clima ou ambiente. Típico de fanáticos de extrema direita que enxergam ameaça comunista em tudo…
O tipo de telhado “para neve” é de uma beleza e charme incomparáveis, na minha opinião. Em outras palavras, não é porque aqui não cai neve que a pessoa não pode colocar em sua casa um telhado desses.
Repito: acho muito bonito e charmoso, dá um aspecto diferenciado ao imóvel.
Em Campos do Jordão, por exemplo, não neva há décadas, mas a cidade preserva um padrão de construção. O mesmo vale para diversas cidades da região sul do Brasil, em que a maioria nunca viu neve, mas o padrão “chalé” é quase institucionalizado. Fica muito charmoso. Mas, cada um pensa com quiser.