O Castelo de Ferraz de Vasconcelos

Uma “descoberta” espetacular daquelas de tirar o fôlego tanto pela alegria quanto pela decepção. É essa a sensação que eu tive quando cheguei diante do incrível castelo de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, cujo nome oficial é Vivenda Zenker.

Uma construção totalmente incomum (clique para ampliar)

Coloquei a palavra descoberta no primeiro parágrafo entre aspas porque não foi uma descoberta de fato, mas uma visita. Afinal eu já conhecia a história desse imóvel há muitos anos mas nunca me motivei de ir até lá para conferir de perto, priorizando sempre a capital paulista. Mas ao finalmente ir até lá e ver essa belíssima (e abandonada) construção com meus próprios olhos, vários sentimentos vieram à tona em minha cabeça os quais compartilho com vocês.

O primeiro é o encantamento, afinal é incrível conferir de perto essa estupenda construção e saber que um dia, no passado, ele já foi um palacete impecável com pessoas vivendo ali felizes e tocando suas rotinas. Depois, vem o choque com a situação atual ao encontrá-lo totalmente em ruínas, sem portas, janelas, faltando pedaços de alvenaria e completamente esquecido. Mas esta história, típica da negligência que envolve o patrimônio histórico no Brasil eu contarei mais adiante. Vamos primeiro saber de sua história.

AS ORIGENS DA VIVENDA ZENKER:

A vivenda em meados do século passado (clique para ampliar)

O início da vivenda não é consenso até hoje em dia, seja entre pesquisadores, poder público ou mesmo nos testemunhos da história oral. Na imprensa regional de Ferraz de Vasconcelos existem datações que remontam a década de 1930. Já a prefeitura local tem em seus arquivos a data de 1948, em documentos de registro e de imposto predial (IPTU) antigos.

Contudo em conversas com membros antigos da comunidade alemã obtemos informações de que o imóvel foi construído na década de 1940, durante o andamento da Segunda Guerra Mundial. Essa é, na minha opinião, a hipótese mais plausível pois existe a possibilidade de ter dado entrada com os registros na prefeitura depois de construído (se isso é comum hoje em dia, imagina no passado onde tudo era com muita papelada, carimbos e burocracias).

O palacete foi construido pelo imigrante austríaco Arthur Zenker, que chegou ao Brasil no ano de 1919 junto com demais imigrantes da mesma região e da Alemanha, partindo dos portos de Bremen e Hamburgo. Eles buscavam uma vida melhor longe da dor e dos escombros da Primeira Guerra Mundial, sendo que em grande maioria optaram por se fixar mais ao sul do Brasil, de clima mais favorável a eles, em regiões como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A família Zenker, por sua vez, optou por ficar em São Paulo.

O casal Elisabeth e Arthur Zenker em fotografia da década de 1950

A família era pequena e jovem. Arthur e sua esposa Elisabeth tinham menos de 30 anos de idade cada e tinham um filho, o pequeno Arthur Richard Zenker que tinha cerca de um ano. Os primeiros anos da jovem família em solo paulista não são conhecidos mas é sabido que na década de 1930 o casal vivia na região de Guaianases, nas proximidades da estação ferroviária Parada 15 de Novembro. Esse bairro paulistano é vizinho de Ferraz de Vasconcelos e talvez tenha sido um facilitador para que Zenker adquirisse terras naquela cidade a fim de construir sua propriedade por lá.

Relatos indicam que um dos motivos de construir este palacete em localidade, à época, tão distante dos núcleos urbanizados de São Paulo foi pela grande oferta de terrenos da antiga fazenda da região que foi loteada (uma enorme propriedade rural que ia de Artur Alvim em São Paulo até quase o município de Poá). No campo profissional, Zenker era um dos jornalistas responsáveis pelo jornal Diário Alemão, destinado à colônia oriunda daquele país.

Ficha no DOPS de Arthur Richard Zenker (Fonte: Arquivo Público do Estado de São Paulo)

As informações sobre a família Zenker vão escasseando à medida que o século 20 avança e não foi possível encontrar registros de óbito ou mesmo de descendentes do casal que imigrou para o Brasil. Pesquisando sobre o filho, Arthur Richard Zenker, encontram-se notícias relacionadas à prática esportiva como natação e futebol em jornais como a extinta A Gazeta Esportiva.

Consta que ele foi membro diretivo do Vigor clube que existe até hoje e que foi fundado por trabalhadores e diretores da Fábrica de Produtos Alimentícios Vigor de donos de origem alemã. As informações cessam por ai. Arthur Richard chegou a ser fichado pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

DEPOIS DOS ZENKER:

Ao que se tem notícia os Zenker deixaram de morar no imóvel em algum momento da década de 1960. Na ficha do DOPS do filho, Arthur Richard, é possível observar que em 1951 ele morava no bairro paulistano do Canindé, região do Pari, onde atualmente é um imóvel comercial.

O palacete em fotografia antiga em data (acervo da Biblioteca José Andere)

Sobre a era pós Zenker na vivenda, contam-se histórias distintas. Uma bastante repetida é que o o dono que os sucedeu na vivenda era processante da fé umbandista e utilizava o imóvel para fins religiosos, já outros afirmam que o tal terreiro era, na verdade, nas proximidades do palacete.

Por fim o imóvel entra em declínio a partir dos anos 1970 quando começa a ganhar feições de “casa abandonada” e é um período que o entorno do imóvel começa a ficar densamente povoado. O bairro onde está a Vivenda Zenker chama-se Jardim do Castelo justamente em sua homenagem.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO:

Imóvel histórico mais importante e significativo de Ferraz de Vasconcelos, um município relativamente jovem e um tanto desprovido de outras construções de relevância arquitetônica, estava em péssimas condições quando entrou no debate municipal acerca de sua desapropriação e tombamento.

Existem dois decretos de desapropriação da Vivenda Zenker e parte do seu entorno pela prefeitura de Ferraz de Vasconcelos, sendo uma primeira em 1997 e uma segunda, e definitiva, de 2000 (Decreto: nº 4.394). No mesmo ano o poder municipal anuncia o tombamento do palacete como patrimônio histórico da cidade.

DO TOMBAMENTO AO ESQUECIMENTO:

A vivenda hoje em dia: patrimônio em ruínas (clique para ampliar)

O tombamento surgiu como uma ótima notícia, que poderia trazer de volta os tempos áureos e distantes da Vivenda Zenker de quando ainda pertencia à família original. Entretanto o que parecia ser um final feliz foi apenas mais um capítulo – triste diga-se de passagem – da trajetória deste imóvel tão relevante para Ferraz de Vasconcelos.

Desde o tombamento pouco foi feito para dar vida novamente ao velho palacete. A deterioração prosseguiu e foi atingindo níveis cada vez mais alarmantes, com desabamento de forros, telhado em ruínas, furto de objetos, de fios e de peças como vasos e pias.

Janelas e portas desapareceram, restando apenas esquadrias e batentes. Da chaminé que ainda desponta sobre o telhado resta apenas a marca na parede de um dos cômodos, quase como um registro arqueológico. O que sobrou dentro do imóvel é o que não pode ser facilmente levado, como a bela escadaria de madeira, colunas em mármore, azulejos e cerâmicas.

Vista de um dos cômodos do palacete (clique para ampliar)

O piso hidráulico sobrevive, riscado e empoeirado enquanto os tacos são poucos os que ainda estão por lá. Em alguns cômodos são vistas pilhas de tijolos antigos que é impossível saber se está organizada por conta de alguma intervenção no espaço ou se é pra alguém levar embora.

A grade que separava a vivenda da rua já não existe mais desde 2021. Conversando com alguns vizinhos ouvimos que ela foi removida pela prefeitura, enquanto outro vizinho jura que ela foi roubada.

Imagem aérea da vivenda feita por drone (clique para ampliar)

Subi o drone para ter uma visão geral da vivenda e dos arredores e foi possível constatar que o telhado foi trocado não tem muito tempo. Segundo uma vizinha há alguns anos atrás ocorreu uma obra emergencial que contemplou a troca do telhado, forro e do madeiramento. Contudo desde a troca jamais houve nenhuma manutenção preventiva e o telhado já encontra-se com falhas, telhas removidas e alguns lugares da residência já entra água quando chove. Continuando nesta situação é evidente que todo o gasto com essa obra terá sido inútil.

Também pelo drone é possível observar que o palacete teve uma diminuição de seu terreno. Isso ocorreu pouco tempo depois do tombamento, quando foi feita uma divisão do lote e na porção à direita foi construída uma Unidade Básica de Saude (UBS) para atender a população local, embora o projeto original fosse um restaurante escola.

Restos de materiais, sujeira e vandalismo nas dependências da vivenda (clique na foto para ampliar)

E falando em população local é graças a eles e somente a eles que o local não foi totalmente destruído e está um tanto quanto limpo, especialmente do lado de fora. Os vizinhos são orgulhosos de ter a vivenda ao lado deles e cuidam no que podem para mantê-lo em mínimas condições dignas.

Moradores da rua vigiam o imóvel, recolhem lixo descartado no local e ficam de olho para a presença de marginais ou usuário de drogas. Nos dois dias que estive no local pude perceber de perto o cuidado e a preocupação dos vizinhos com a preservação da vivenda, algo que parece não existir por parte do poder público local.

Vista de um dos quartos da residência (clique na foto para ampliar)

Mas apesar do estado lamentável em que se encontra aquele que é o principal patrimônio histórico ferrazense, não é raro ouvir políticos locais prometendo verbas para a restauração do local.

Foi em uma live pelo Facebook que o então deputado estadual Rodrigo Gambale, à época no PSL e atualmente no Podemos, anunciou em 25 de agosto de 2020 que havia conseguido a liberação de uma verba de R$ 1,5 milhão para a reforma do espaço. Já se passaram três anos desde então, Gambale é agora deputado federal e não se sabe para onde foi essa verba. Tentei contato com a assessoria do político para saber mais a respeito e não tive retorno. O espaço continua aberto e será atualizado caso o deputado dê algum retorno.

Mas os mistérios envolvendo verbas para a recuperação do palacete não param por ai. Existem denúncias de uma outra verba, esta de R$ 526 mil em 2010, que teria sido destinada para a instalação de um restaurante escola no prédio vizinho, que acabou virando a UBS. Entrei em contato com a prefeitura de Ferraz de Vasconcelos por mais de uma vez questionando todos esses valores e tal qual o ocorrido com o deputado, não tive qualquer retorno. O espaço segue aberto caso a prefeitura decida se manifestar.

clique para ampliar

Enquanto as perguntas seguem sem respostas a Vivenda Zenker segue em contínua deterioração e à própria sorte, vítima da morosidade do poder público e de promessas vazias de políticos que de maneira oportunista prometem mundos e fundos para a recuperação do principal patrimônio histórico ferrazense, mas pouco fazem de fato pela sua preservação. A impressão que tive ao visitar o local é que não fossem os vizinhos o palacete talvez já estivesse bem pior do que está.

CURIOSIDADES:

Existem muitas lendas urbanas a respeito da Vivenda Zenker. Uma muito recorrente é que o local teria servido de refugio de fugitivos da Alemanha nazista, o que nunca ocorreu. Outra lenda é que a Princesa Isabel teria passado por ali, o que é impossível já que quando foi construído a princesa já havia falecido.

Por fim outra lenda é que o palacete é mal-assombrado. Muitas pessoas acreditam piamente nessa lenda, mas a verdade é que a única coisa que assombra a antiga residência dos Zenker é o descaso.

NOTAS:

*1 Apesar de ter vindo da Áustria junto com seu marido Arthur, Elisabeth era brasileira e originária da Bahia. É provável que fosse filha de alemães ou austríacos e tenha conhecido seu esposo na Europa, de onde retornou ao Brasil já casada. Seu sobrenome de solteira era Staffen.

*2 O Esporte Clube Vigor era originariamente ligado fábrica de produtos alimentícios Vigor, localizada até hoje no bairro paulistano do Belenzinho, mas atualmente é independente. O clube foi fundado em 1929 e está localizado no bairro paulistano do Pari.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

* Acervo da Biblioteca Municipal Jose Andere (Ferraz de Vasconcelos)
* Diário Nacional – 25/4/1928 pp 5
* Correio Paulistano – 7/4/1939 pp 3
* A Gazeta Esportiva – 3/5/1957 pp 22
* Web Artigos – Link visitado em 28/9/2023
* Facebook de Renatinho Ramos – Link visitado em 28/9/2023
* Facebook do Deputado Rodrigo Gambale – Link visitado em 28/9/2023

GALERIA – VEJA MAIS FOTOS DA VIVENDA ZENKER:

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Respostas de 45

  1. Lamentável, belíssimo imóvel. Parabéns para os vizinhos que fazem o que o poder público deveria fazer. Poderia ser uma escola para moradores do bairro, capacitação profissional de adolescentes, um EMIA …. enfim…

  2. Na sua reportagem transparece aquilo que não é novidade: o poder constituído, o qual só existe para manter o Estado funcionando dignamente, é o maior inimigo desse mesmo Estado, inclusive, servindo-se dele para subtração de seus bens e dos interesses da sociedade. Quer dizer que o autor desta reportagem, os vizinhos da propriedade, objeto desta reportagem e até moradores de rua, fazem muito mais pela sociedade e pela História, do que prefeitos, vereadores e demais autoridades. Estes são verdadeiros sanguessugas, grudados nas veias dos trabalhadores.
    Parabéns pelo seu trabalho e obrigado.

  3. Que Linda história deste local, desconhecia, vou a anos em Ferraz e ainda não passei tão perto dele, este artigo me instigou a conhecer. Ainda que tem a coincidência de que meu compadre que é de Ferraz é um Zenker, já que só ouvi falar dele até hoje, será que pode ser descendente dos idealizadores deste imóvel? Que bela história, parabéns pelo trabalho.

  4. Descobri a pouco seus artigos Douglas e são maravilhosos, é sempre muito bom ainda termos acesso a essas belíssimas obras arquitetônicas que resistem ao tempo e aos descasos do poder cego que não entende tamanha importância história que o imóvel representa.
    Apreciando seu artigo apenas fiquei com dúvida na linha do tempo. A Ficha no DOPS de *Arthur Richard Zenker* cita filiação *Arthur Zenker* e *Elizabeth Zenker*. Se Arthur Richard Zenker nasceu em agosto de 1918 e no registro que data o DOPS ele tinha 33 anos, então este foi o imigrante austríaco que fez tamanho patrimônio histórico. O DOPS data a época de 1951.

  5. Parabéns pela linda reportagem, e pelas fotos. Um descaso este imóvel tão bonito nestas condições deploráveis. Triste, mas acredito que esse imóvel esteja condenado a desabamento dada a situação. Poderia ser algo para uso da prefeitura, oferecer cursos de artes, enfim… a morosidade do Estado definha tudo. Um belo exemplo é a região da Sé.

  6. Existem alguns parentes alguns imagino que nem saibam que existe este castelo.
    Achei uma sobrinha do senhor Arthur Zenker no Facebook entre outros parentes.
    Tens até um depoimento da sobrinha sobre o tio Arthur Zenker.

    1. Sim, eu sou bisneta do casal. Nós colhemos informações para um livro, mas não foi publicado. Minha avó é irmã do Tio Bubi, o Arthur Richard. Ela tbm viveu no Castelinho. Não sei se foi a Cida que vc conheceu. Ela e a Regina que é filha do Tio Bubi tem mais lembranças das histórias do castelinho. Nós sempre soubemos do Castelinho como algo do passado, mas a família não permaneceu em Ferraz . O que ouvíamos falar é que tinha sido destruído e que era perigoso visitar.Mas isso há mais de 20 anos atrás.

  7. Douglas, passando por outros artigos realmente foi o casal Arthur e Elizabeth responsáveis pela construção. Se a construção é datada da década de 40, Richard já tinha +/-22 anos e o casal +/- 50 . Fala-se de filhos além de Richard mas nada fundamentado e um livro chamado Castelo de Ferraz mas infelizmente não encontrei. Galerias de imagens entristecem ao notar quanto foi tomado do terreno por construções vizinhas…histórias demolidas.

    1. Olá. Sim. Existem descendentes do casal. Netas e bisnetos e sobrinhas. Nada tão obscuro assim. Todos sabemos da existência do Castelinho. E como a família perdeu ele há muito tempo e não vivemos em Ferraz, perdemos a relação com a propriedade. Todos gostariam de que fosse mimamente conservado.

      1. Você deveria tentar entrar com uma ação pra retomada de posse como preservação do prédio histórico.
        Ninguém merece esses políticos viver rondando e destruindo história como está mesmo com os. Uns na verdade não falta e terreno pra isso .
        Vc pode entrar ação de indenização da propriedade isso e possível já que pode provar o parentesco .
        Sendo assim você pode tomar posse .

        1. Sueli. O castelo foi vendido pelo meu bisavô há muito tempo , ao que minha mãe lembra para um aviador que faleceu e não tinha descendentes. Ele não pertence mais a família. Eu não sei a quem ele pertence. Talvez a prefeitura mesmo.

    2. O casal teve dois filhos , o Arthur Richard que nasceu da Alemanha e a Elizabeth Valeira que nasceu no Brasil. Alguns parentes colaboraram com o livro, mas não foi publicado. Minha mãe é filha da Elizabeth Valéria, há outras sobrinhas e filhos do Arthur Richard que tbm são vivos e passaram as informações. Vou colocar umas fotos no meu Instagram

  8. Sou poaense, cheguei aqui em 1976, sou fascinado pela origem histórica da minha cidade e também cidades vizinhas em que a cultura do local é tratada com desdém. Vi essa matéria e fiquei ainda mais triste em saber que existiu uma verba para recuperação do local mas não se sabe pra onde foi, segundo o belo trabalho aqui apresentado. Gostaria que as autoridades governamentais de Ferraz de Vasconcelos levassem a sério a história da antiga Ferraz e preservasse um patrimônio tão rico como esse que é o Castelo.

  9. Olá, estive vivendo nesse castelo por anos e me dói de ver o estado em que se encontra. Muito lamentável tudo que aconteceu….mas se precisar tenho mais informações sobre o local.

    1. Sou bisneta do casal Arthur e Elizabeth. Um rapaz chamado Peter Gomes escreveu um livro sobre
      o Castelinho, mas parece que não publicou. Algumas pessoas da família e eu demos algumas informações para ele, porém não temos fotos daquela época. Minha avó também viveu sua infância nessa propriedade. O casal teve dois filhos, o Arthur Richard, meu tio avô e a Elizabeth Valéria, minha avó . A biza Elizabeth viveu até os 96 anos de idade, já o bisavô eu não o conheci. Depois que eles perderam a propriedade a única coisa que ouvíamos falar é que estava destruído e era um local periogoso. Com o tempo soubemos do tombamento e das promessas de transformarem o local em uma casa de cultura ou algo assim. Seria lindo, né?

  10. Sou gaúcha de Porto Alegre, moro em SP Osasco desde 2003.
    Adoro saber sobre estas histórias, suas obras, casas antigas. Mas fico passada com o descaso dos órgãos públicos, que ao invés de cuidar do patrimônio histórico, roubam o dinheiro investido no restauro. Vergonha destes políticos que na ora do voto aparecem mas na ora de fazer pela cidade, roubam e somem.

  11. Cara, muito boa! Conheço uma arquiteta que fez um TCC incrível requalificando o Castelo, claro que dentro das leis de tombamento e de zoneamento e que no caso, ajudaria a manter o Castelo preservado e daria um uso para ele. Podemos sim fazer toda essa realidade mudar, mas não depende somente de nós.

  12. Excelente cobertura. De Ferraz tenho lembrança do ônibus Ferraz que saía do Parque Dom Pedro nos anos 70, rumo a Ferraz. Diziam que era tão longe que ele tinha correr mais que todos, então era o “Expresso da Morte”. Me dá revolta ver que a prefeitura, a secretaria da Cultura que COM CERTEZA o município tem, não ter tomado nenhuma providência pra recuperar isso.

  13. Gostei muito da sua visita no Castelo. É com muita tristeza que vejo o descaso que o poder público trata esse patrimônio. E tb a imobiliária que vendeu os terrenos ao redor do Castelo. É pra ser preservado. Sendo um ponto turístico pra ser visitado. É uma belíssima construção.

  14. Legal seria se alguma faculdade de arquitetura fizesse parceria com a prefeitura e reformasse o Castelo.

  15. Na primeira foto mostra uma outra escadaria, em primeiro plano e à direita, e também mais uma parte do imóvel que não aparece nas fotos atuais.
    Será que além de diminuirem o terreno, demoliram parte da construção??

  16. Sou bisneta do casal Arthur e Elizabeth. Um rapaz chamado Peter Gomes escreveu um livro sobre
    o Castelinho, mas parece que não publicou. Algumas pessoas da família e eu demos algumas informações para ele, porém não temos fotos daquela época. Minha avó também viveu sua infância nessa propriedade. O casal teve dois filhos, o Arthur Richard, meu tio avô e a Elizabeth Valéria, minha avó . A biza Elizabeth viveu até os 96 anos de idade, já o bisavô eu não o conheci. Depois que eles perderam a propriedade a única coisa que ouvíamos falar é que estava destruído e era um local periogoso. Com o tempo soubemos do tombamento e das promessas de transformarem o local em uma casa de cultura ou algo assim. Seria lindo, né?

    1. amei ler o que vc escreveu, e amei o trabalho do jornalista, que me permitiu viajar na história que Deus a abençoe…

  17. Parabéns pela reportagem, Douglas. Completa e bem informativa, inclusive pelo lado do questionamento ao Poder Público sobre a situação da mansão. Creio que se a estrutura não estiver muito comprometida, talvez seja possível um dia uma restauração completa. Será que institutos culturais de grandes empresas ou bancos não se interessariam por um imóvel com tanta história ?

  18. Gisele, que bom ouvir algo de um descendente do casal original. Será que você teria mais relatos sobre esse imóvel para compartilhar conosco ? Vc poderia dizer algo mais sobre essa questão da perda da propriedade ? Pelo que sei, ao tombar um imóvel o Poder Público não muda a titularidade da propriedade, apenas impede que os donos o modifiquem ou reformem sem autorização. Obrigado e um abraço

    1. Arthur era austríaco e a Elizabeth nasceu em um navio nas águas da Bahia, a mãe dela era Tcheca. Eles se conheceram na Alemanha. A mãe da Elizabeth viajava muito. O primeiro filho nasceu na Áustria e minha avó, a filha do casal, nasceu quando eles moravam no Castelinho. Eles venderam o Castelo quando fecharam o diário alemão e com aumento dos impostos.. e se mudaram para a Parada 15 de novembro. Moravam em uma casa tambem linda, mas que já foi demolida, e onde nasceu minha mãe. A família foi perdendo as posses e dinheiro de diversas formas. Os filhos já faleceram e outros descendentes não têm mais relação com a posse do Castelo e vivem em diversos bairros de São Paulo. Eu tive a felicidade de conhecer minha bisavó, que faleceu com 96 anos de idade.

      1. Boa tarde! Qdo vi as fotos desse castelo fiquei muito emocionada, pois eu tive sonhos por muitos anos com esse castelo mas nunca o vi pessoalmente, eu entrava e andava pelos cômodos da casa mas qdo ia descer uma escada para o porão eu sempre acordava, vc sabe me dizer se algum membro da família faleceu na casa antes de 1950?

  19. Quero registrar minha gratidão por vc ter feito esse trabalho incrível, sou de Suzano, cidade próxima a Ferraz de Vasconcelos, sempre tive curiosidades e vontade de visitar esse castelo e nunca tive tempo, vc me fez viajar pra época e ser recepcionada pelo anfitrião, entrei nesse castelo quando nele existia sonhos…

  20. Sou morador na CidDe de Ferraz de Vasconcelos,passei a morar no município em 1976 quando comecei a ouvir relatos sobre esse Castelo que até então algumas pessoas moram ali, fiquei surpreso sobre o relato das verbas que nunca foram usadas para reforma deste patrimônio esplêndido e único na região do alto Tietê.

    1. Nessa época já existia a Dona Maria do Céu já morava lá ainda eu acho que você tá equivocada não tá não e ela tocava o centro dela da noção de efom ali a filha dela ainda está viva e pode comprovar muito bem isso ainda e ela faleceu não faz muitos anos

  21. Boa tarde a todos! Acabei de receber esta matéria sobre tão admirável construção que se encontra em lamentável estado de conservação, mas que ainda guarda preciosidades artísticas no interior. Que haja gente engajada pela restauração desta joia rara!

  22. E evidente que este é um pais de gafanhotos. Em tudo! Ferrovias, estradas, museus, escolas, casas, vilas, tudo, tudo

  23. A última Pessoas morou ali foi dona Maria céu tinha centro de nassao efom por muito ano mas como preconceito religioso sempre escondendo verdade só perguntar moradores frente ele comprovar. No certo foi um dos mais antigos se tem ser tombado como patrimônio falem verdade só perguntar morador mora complaram a redor castelo por ser muito alto o imponto ele

  24. Problema na realidade já depois um centro da Dona Maria do Céu da Nação de efun que ela conduziu aquilo com muita garra por muitos anos e que sem e que tem que ser tombado que falem a verdade nada mais que a verdade aí após o seu falecimento houve uma grande invasão ali fizeram né Por preconceito fizeram até o porto de saúde e que fosse no estado lá da Bahia seria tombado como Patrimônio Histórico da Nação de efom mas infelizmente tudo cai do negro toda a religião do negro tudo que é do negro é escondido a verdade né

  25. Não é que eu publiquei a mesma coisa que quando toca nessa parte realmente é sempre Escondido ninguém vai atrás da verdadeira história né Como diz assim o papagaio quem tem boca fala o que sabe né mas fala a verdade nada mais que a verdade que seria o justo por um respeito também né falam se num país de tanto de preconceito mal preconceito é esse

  26. Creio que a página possa adicionar que a própria UBS causou demolição parcial da ala direita do imóvel. Impossível não pensar que haveria opções de terrenos nas proximidades em vez dessa atitude bárbara e eleitoreira

  27. Meus avós foram caseiros do castelo por volta de 74 a 80, mais ou menos. Eu e meus primos passávamos as férias escolares ai, era muito bom. Meus avós cuidavam com muito zelo do castelo, hj fico triste vendo como ele esta abandonado. Naquele tempo tinha todos os moveis em todos os cômodos, as camas forradas, lembro das panelas da cozinha, dos armários, do fogão, dos moveis na sala, da lareira, era td muito lindo. Lembro que a noite meu avô acendia as luzes em volta do castelo, era a coisa mais linda. Sinto muita saudade e tristeza de ver como esta este local.

  28. Foi restaurado!!!
    Está lindíssimo! Vi agora pouco no Jornal da 13h da TV Diário.
    Muito feliz em saber que essa preciosidade ganhou a revitalização tão merecida e necessária e temos esse patrimônio próximo do extremo leste de São Paulo.

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