Sobrados da Rua Monte Alegre

O bairro das Perdizes é uma das regiões paulistanas que mais exige preparo físico de quem mora ou tem que fazer algo por ali, afinal as caminhadas ali enfrentam um grande número de ladeiras bastante íngremes que não são nada fáceis de se vencer caso não esteja em boa forma física.

Uma dessas ruas cansativas é a Monte Alegre. Trata-se da escalada de um senhor morro, que depois desce novamente. Se por um lado ele se inicia junto a uma grande avenida, a Francisco Matarazzo, por outro ela “termina” sem saída junto a um grande edifício residencial.

E colocamos o termina “entre aspas” porque embora pareça ela não termina ali. Na verdade ela é interrompida para tráfego de veículos, sendo o acesso para a porção final da rua através de uma escadaria de pedestres. Porém, é neste trecho “final” que encontramos esses sobrados adoráveis, justamente em um dos trechos mais inclinados da Rua Monte Alegre:

clique na foto para ampliar

Localizados nos números 1408 a 1434 da Rua Monte Alegre, esses sobrados são belas representação de construções paulistanas da primeira metade do século XX. Foram construídas juntas um total de cinco sobrados praticamente idênticos, sendo que destes apenas um foi completamente descaracterizado. Neste artigo mostramos os mais ao final da rua e em um artigo próximo apresentaremos o que está localizado na esquina com a Rua Vanderlei.

Os dois imóveis da fotografia acima encontram-se bastante preservados com algumas alterações pequenas como janelas de banheiro, portão e vitrô. Algo compreensível em residências com mais de meio século de existência.

Que essas casas charmosas sem mantenham preservadas por muito tempo!

Veja abaixo mais imagens dos sobrados, clique na foto para ampliar:

Atualização 12/04/2021:
Foi corrigida a informação que dava entre trecho da Rua Monte Alegre como final, o que não é o correto.

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14 respostas

  1. O sobrado verde é muito charmoso! Lar, Doce Lar. Anos 1950, bons tempos! Nosso Presidente era o saudoso Getúlio Vargas.

  2. Vivendo e aprendendo! Eu morei nas Perdizes nos anos 60 e andava muito a pé pelo bairro, mas nunca tinha ido até o fim da Monte Alegre! No começo dela também tinha uns sobradinhos lindos, ali na esquina com a Turiassu, acho. Saudade!

  3. Muito bom esse registro, são casas simples de bairro residencial, e bem conservadas.

  4. Moro do outro lado da Monte Alegre…nasci e moro até hoje, na última esquina da Monte Alegre…adorei….na minha infância …onde moro hoje era rua de terra….70 anos no bairro…

  5. Olá Douglas! Esse imóvel branco a direita dos dois também não faz parte do “conjunto”? Ele não aparece inteiro nas fotos mas me parece ser igual aos demais.

  6. Esta foto de sobrados numa ladeira assim íngreme me fez lembrar de uma rua em San Francisco… uma ladeira assim, com degraus na calçada. A rua foi transformada num meandro (uma curva atrás da outra), para que os automóveis viessem descendo (mão única) devagar… Esta rua aí na Monte Alegre deve ser muito bonita, ladeira e tudo.

  7. Da uns 450 metros, mais ou menos, ate o Campus da PUC e o TUCA. Ou seja, se nao houver mais edificacoes tombadas ( eu pressuponho que o Campus da PUC e tombado ), estas residencias fogem do raio de 200m de tombamento envoltorio.

    Tombamento envoltorio significa, que a ate 200 metros da edificacao tombada, nao se pode construir nada alem de 25 metros de altura, o equivalente a um edificio de oito (8) andares, incluindo-se o terreo.

    Para incorporadores isto nao e economicamente viavel. O gabarito construitivo da regiao, em Perdiezes, deve estar na proporcao de 4:`1, ou seja, para cada metro quadrado de terreno, pode se erguer 4 metros quadrados de area construida, incluindo se garagem, areas comuns, e privadas. Alem deste limite gratis, qualquer area constuida adicional paga um imposto de altura, conhecido como CEPAC ( invencao do Maluf ).

    Ou seja, pagar CEPAC, Custo de Obra, Custo do Diinheiro, Custo de Vendas, e tirar lucro ou constroi se predos altos, ou espreme-se o maximo de apartamentos por laje, ou constroi-se um carissimo alto padrao. Isto para erguer um predio de 7 andares. Na maioria dos casos, a conta nao fecha.

    A rua e um agradavel quase Cul-de-Sac, (termo para definir rua sem saida, e eu ja sei que alguns engracadinhos vao querer fazer trocadilho ), e seria uma pena estragar a harmonia deste quarteirao por conta de uns predios sem graca. O sol bate direto na fachada destas casas, o que da um certo tom ” Mediterranico a suas fachadas” .

    sE

  8. Muito lindos os sobrados! Espero que os preservem, e eles não sejam apenas as lembranças dessas lindas fotos. Ando participando pouco do blog, tenho trabalhado demais em videoconferência, e o que tenho visto em São Paulo e Santo André é de entristecer, porque várias casas antigas muito bem conservadas, foram derrubadas. Eu morei na Vila Gumercindo, entre 1999 e 2008, e várias casas do primeiro quarteirão da Rua Assungui, lado ímpar, foram demolidas para dar lugar a um novo prédio. Se houver interesse nas fotos, espero poder compartilhá-las, salvei as imagens do Google. Uma pena, a falta de preservação do patrimônio arquitetônico me deixa muito triste.

  9. Em Perdizes, assim como em determinados trechos do Tatuapé e da Penha, parece que o tempo parou e respira-se um ar interiorano, típico dos bairros paulistanos de outrora, e olha que nem estou falando de tanto tempo assim, coisa de pelo menos há uns trinta anos.

  10. Acredito que sobradinho verde (ou branco) é uma clínica psicológica, é um charme por dentro também!

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