Edificação mista – Avenida Rangel Pestana, 2074

No período mais agudo da quarentena aproveitamos o fato das ruas paulistanas estarem praticamente desertas para “colocar em dia” nosso catálogo de construções paulistanas. Claro que fizemos tudo para seguir protocolos de segurança, fotografando geralmente antes das 7 horas da manhã e sempre de máscara e descendo do carro apenas para registrar as imagens.

Foi nesse período que concluímos por inteiro o registro das avenidas Rangel Pestana e Celso Garcia e reencontramos algumas preciosidades como esta a seguir:

Localizado no número 2074 da Avenida Rangel Pestana, este sobrado de uso misto (e atualmente apenas usado comercialmente) é uma interessante construção.

São poucos os imóveis antigos que não foram completamente descaracterizados neste trecho da via e este apesar de alterações que são facilmente visíveis, mantém-se próximo à concepção original.

As adaptações mais contundentes são vistas no piso térreo, com a troca das portas de enrolar antigas por modernas (na parte da drogaria) e da porta padrão de acesso ao andar superior (lado direito) por porta de enrolar.

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Já no andar superior as características originais estão bem preservadas. Nota-se o belo trabalho no frontão ainda preservado, o gradil na sacada e diversos outros detalhes autênticos.

Fiquei na dúvida se as janelas são originais ou se foram substituídas ao longo dos anos, tenho a impressão de que eram outras antigamente. De qualquer maneira a troca não foi tão drástica especialmente pelo fato de não terem colocado as famigeradas janelas de alumínio.

A sacada em destaque, felizmente sem portas ou esquadrias de alumínio

Por fim, pesquisando nos arquivos fotográficos, descobri que já havia fotografado este sobrado no já distante ano de 2009, quando estávamos começando com o São Paulo Antiga.

Apesar de hoje a pintura estar um tanto quando desgastada, o aspecto atual é muito melhor do que quando ele estava com a pintura nova, que era uma combinação de cores de gosto bastante duvidoso como mostra a fotografia abaixo:

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Por fim deixo aqui uma crítica construtiva ao pessoal da Drogaria São Paulo. Para que pintar a porção da fachada pertencente ao estabelecimento de cor azul ? Entendemos que a cor é parte da identidade visual da marca, mas seria tão agradável se respeitassem a fachada quando se tratar de lojas instaladas em imóveis antigos.

O luminoso já deixa claro se tratar de uma unidade da rede, não é necessário esta poluição visual. O ambiente em uma única cor seria harmônico e a loja com certeza ficaria mais atraente. #ficaadica

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Respostas de 14

  1. A questão de poluição visual deveria ser endereçada pelo Município sob a forma de regulamentação.  Em imóveis antigos, deveria se proibir sinais luminosos, logotipos, ou revestimento de fachada com materiais outros que não a construção original.

    Eu me lembro, que lojas de cadeia ( Notadamente Dunkin Donuts e McDonald’s ) foram sujeitas a anos de batalhas legais  ( McDonalds em Blackstone Square em frente ao Faneuil Hall em Boston , na esquina  de Congress Street e North Street  ) para se instalar em pontos históricos importantes, podendo apenas o fazer quando os seus projetos arquitetônicos de fachada se encontrarem conformes com a arquitetura predominante no quarteirão ).

    No caso de São Paulo, o uso de toldos com o logo no frontispício seria facilmente identificado.   Outra possibilidade seria o uso de placas de madeira com o logo cavado em baixo relevo ( pintura dourada contra fundo  opaco para maior contraste ).  Veja alguns exemplos inserindo  carved storefront signals no Google.   Outra seriam bandeiras ( e eu sei do risco de vandalismo ) colocadas em mastros de latão, com inclinação a 45 graus ou perpendicular a fachada. Novamente Google sob Imagens de building mast banners
    Os comerciantes do Brás não ajudam muito, pois cada um faz o que quer com a fachada sem respeitar os padrões arquitetônicos originais, que serviram muito bem em epocas passadas.

    O Conpresp precisa ser mais agressivo com regras de uso e ocupação, assim como o lado estético, para acabar com esta cacofonia de mau gosto que grassa a Capital.
    O mais irônico, e que proprietários vao ao extremo de darem nomes estrangeiros mal pronunciados e sem sentidos aos seus negócios e edificios ( os quais sao motivo de chacota por estrangeiros ), e sequer olham exemplos de sinalização bem implementados.   Algumas destas praticas acima sugeridas vem dos anos 80, portanto nao e a falta de exemplo, e sim a pobreza de imaginação dos empresários locais.

  2. Concordo com você, Douglas. E creio que poderia haver algum incentivo (econômico) para aqueles estabelecimentos comerciais que ajudassem a preservar as fachadas antigas, não é?

  3. As janelas vitro não combinam com o período nem com o uso residencial do primeiro andar. Certamente eram janelas normals de duas folhas, típicas da época

  4. Ja pensou em se candidatar a vereador pra defender essa pauta do patrimônio histórico?

  5. Deixa ver se entendi: a foto da casa toda pintada com tintas novas é ANTERIOR às fotografias com a tinta desgastada? Quer dizer que em 2009, quando o São Paulo Antiga registrou a fachada, ela estava bem conservada, pintada recentemente e, apenas onze anos depois, foi tudo por água abaixo?
    E como gosto não se discute, não achei ruim não a combinação de cores. O pintor que executou a obra deve ter tido um trabalhão! É muito difícil pintar uma casa rica em detalhes como essa. Ele pintou quatro cores aí e mandou muito bem! Chega a lembrar o Caminito em Buenos Aires. Bonito!

      1. Junto com a pintura desbotada, surgiram as rachaduras e as infiltrações. Ou você não notou?

  6. O que a DSP poderia fazer era revitalizar a fachada. Até mesmo usando a cor da marca. O azul claro ficaria harmonioso com a fachada antiga.

  7. Eu acho que as janelas do andar superior deviam ser originalmente de madeira, seguindo o estilo da porta dupla da sacada.

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