Isto é a Vasconcelândia

Um milhão de metros quadrados, anfiteatro com capacidade para cinco mil pessoas, uma estrada de ferro própria, aquário gigante, parque de diversões. Estas eram algumas das atrações que o humorista José Vasconcellos assegurou em fazer para transformar seu sonho em realidade.

Publicidade da Vasconcelândia veiculada em jornal paulistano em 1966

VASCONCELÂNDIA, A DISNEYLÂNDIA BRASILEIRA.

“É puro e simplesmente um idealismo, fazer algo, alguma coisa atraente para as crianças e adolescentes e que jamais se torne algo artificial e batido, como é quase tudo que aqui existe. Sua Vasconcelândia jamais parará de crescer, não haverá término, jamais ficará pronta, sempre será aperfeiçoada”.*¹

José Vasconcellos não mediu esforços para a Vasconcelândia sair do papel. Conseguiu por meio de doação um grande terreno na cidade de Guarulhos com 1 milhão de metros quadrados próximo ao bairro de Bonsucesso.

Para isso, o humorista começou a investir pesado em propagandas, venda de títulos e ações. Um batalhão de pessoas saíam às ruas diariamente para vender cédulas associativas.

Muitas pessoas dizem que José Vasconcellos baseou-se na Disneylândia para criar a Vasconcelândia. Segundo o depoimento de Jô Soares, não foi bem este parque, mas sim outro:

“As pessoas pensam que a Vasconcelândia foi inspirada na Disneylândia. Engano. A ideia surgiu numa visita que o Zé fez à Knott´s Berry Farm, na Califórnia, Numa pequena localidade que servia tortas tradicionais, foi reconstruída a cidade típica de vaqueiros com saloons”.

Independente de Disneylândia ou Knott´s, a Vasconcelândia estava tornando-se realidade.

Em 15 de agosto de 1967 a Vasconcelândia começou a tomar forma conforme o projeto saiu da prancheta. Idealizado grande e ambicioso com diversas atrações,  era um sonho subestimado por muitos mas seu idealizador sempre estava confiante.

O projeto da Vasconcelândia era para ter muitas atrações e equipamentos. São Paulo Antiga lista abaixo algumas delas, mas a grande maioria infelizmente não saiu do papel.

  1. Prefeitura
  2. Emissora de rádio
  3. Corpo de bombeiros
  4. Cidades do passado e do futuro
  5. Sede oficial dos Correios – exposição de selos e moedas antigas
  6. Igreja ecumênica
  7. Estrada de Ferro Vasconcelândia – compra de locomotivas da Viação Férrea Centro Oeste
  8. Monotrilho
  9. Bonde de burro e charretes
  10. Ônibus jardineira
  11. Cine Vasconcelândia
  12. Galeria de arte
  13. Chalés
  14. Museu de animais taxidermizados com 1.800 exemplares
  15. Ciclorama – cinema com tela em 360º
  16. Casa de Monteiro Lobato abrigando toda sua obra literária
  17. Viagem ao princípio do mundo
  18. Viagem ao mundo maravilhoso do ser humano
  19. Minas de ferro
  20. Aquário gigante
  21. Museu de cera
  22. Farol da ilha
  23. Parque de diversões
  24. Anfiteatro para 5 mil pessoas
  25. Ilha encantada da criança.

Em 1968 a Força Aérea Brasileira (FAB) doa para o parque uma aeronave modelo Gloster Meteor, o primeiro avião de caça do Brasil. Fabricado na Inglaterra, o governo brasileiro adquiriu cerca de 70 unidades. Infelizmente não conseguimos descobrir que fim levou o Gloster Meteor da Vasconcelândia, já que no ano de 1994 ele continuava em exposição.

O caça Gloster Meteor

Efetivamente o projeto era audacioso e aventureiro, afinal, era para ser o maior parque do mundo. José Vasconcellos continuou seguindo o seu sonho de tornar a Vasconcelândia um polo turístico, mas os problemas começaram a surgir.

O humorista gastou muito dinheiro na terraplanagem e os patrocínios começaram a ficar escassos. A venda de títulos e ações já não vendia como antes e os investimentos foram diminuindo.

Lago e pedalinhos da Vasconcelândia

A estrada que dava acesso a Vasconcelândia não era asfaltada. Várias conversas foram feitas com órgãos estaduais e municipais para a melhoria da região, mas nada saía do papel. Em 1971 Vasconcellos pagou de seu próprio bolso o asfalto da estrada.

Outro problema quase que diário eram as constantes quedas de energia elétrica, o que atrapalhava o desenvolvimento do parque. Mesmo com tantos reveses, o parque nunca parou de funcionar, mas o foco de empreendimento aos poucos foi mudando.

A Vasconcelândia em foto do acervo da revista Manchete

A Vasconcelândia que nasceu para ser o maior parque de diversão e entretenimento do mundo, virou um estabelecimento médio com piscinas, parque infantil, quadra poliesportiva, pedalinhos e camping.

José Vasconcellos em reunião. À direita o mesmo local atualmente.

E José Vasconcellos quase foi a falência com a Vasconcelândia. Afinal investiu tudo o que tinha para ver o seu parque como uma referência brasileira, cultural e turística e se queixava da falta de apoio oficial para sua ideia. Vasconcellos nas entrevistas sempre afirmava que “sou um brasileiro que tenta fazer algo para o Brasil”.

Em 1988 o então prefeito de Guarulhos, Oswaldo de Carlos instaurou um Decreto para a desapropriação de uma parte da Vasconcelândia para a instalação de um cemitério. O Decreto foi revogado, mas os dias de alegria da Vasconcelândia estavam cada vez mais próximos de seu derradeiro fim.

Infelizmente não conseguimos informações suficientes para estabelecer o ano que a Vasconcelândia definitivamente fechou suas portas. Continuamos apurando.

Veja mais fotos antigas da Vasconcelândia (clique para ampliar):

Nota: *1 – Trecho extraído da introdução do livro “Isto é Vasconcelândia”.

A VASCONCELÂNDIA NOS DIAS DE HOJE:

É entristecedor ver o que resta atualmente do local, onde muito pouco lembra o grande sonho de José Vasconcellos. Um ar de melancolia paira sobre o que antes era alegria e fantasia.

Atualmente quase tudo está em ruínas (clique para ampliar)

A Ilha Encantada da Criança está largada ao abandono. Era uma miniatura de cidade com diversas casinhas e pista para bicicleta. Os chalés que ficavam numa extensão da ilha foram totalmente demolidos.

Da piscina sobrou apenas concreto quebrado e muita sujeira. O restaurante que nos tempos áureos tinha como especialidade o churrasco vive na agonia do abandono com telhas quebradas. Tudo está virando pó.

A área dos antigos chalés, destruída e tomada pelo mato (clique para ampliar)

Imagine se a Vasconcelândia estivesse em funcionamento nos moldes que José Vasconcellos tanto desejava.

“Papai é verdade que o homem que fez isto foi julgado como louco? E a resposta será: meu filho, não sei como explicá-lo, mas todos sempre duvidaram da capacidade criativa do brasileiro. O idealizador desta monumental obra permitiu com que se acabassem as dúvidas. O Zé Vasconcellos é um brasileiro, muito longe do Acre, mas bem brasileiro como ninguém!” ³

Nota: Muitas pessoas afirmaram que o terreno da Vasconcelândia foi vendido para a empresa de produtos alimentícios Panco. São Paulo Antiga entrou em contato com a empresa e até o fechamento da matéria não obtivemos resposta. Atualizaremos o artigo caso a empresa resolva se manifestar.

Veja mais fotos da situação atual da Vasconcelândia (clique para ampliar):

QUEM FOI JOSÉ VASCONCELLOS:

Ícone do humor brasileiro, José Thomaz da Cunha Vasconcellos Neto teve uma brilhante trajetória no cenário cultural e também na vida. Foi humorista, roteirista, ator, diretor, dublador, escritor, compositor e piloto de avião. Um dos seus personagens foi o gago Rui Barbosa Sa-Silva na Escolinha do Professor Raimundo, mas Vasconcellos teve outros tantos.

José Vasconcelos na apresentação do Troféu Guaru 1976

Seu avô foi governador do estado do Acre, terra que nascera. Mudou ainda bebê para Rio de Janeiro. O início de sua carreira foi na extinta Rádio Clube do Brasil em 1942 acumulando duas funções. Trabalhava no programa de humor “Piadas do Manduca” e era auxiliar de locução esportiva, onde trabalhou com grande locutor Antônio Cordeiro.

Teve amigos como Ari Barroso, Garoto, Jô Soares, Chico Anysio. Esses dois últimos Vasconcellos foi o incentivador no início de suas respectivas carreiras.

José Vasconcellos atuou em diversos filmes como “Este Mundo é um Pandeiro” estrelado por Oscarito em 1947. Em 1952, logo após a inauguração da TV Tupi São Paulo, foi convidado para apresentar o que seria o primeiro programa humorístico da TV Brasileira. A Toca do Zé.

No ano seguinte em 1953, emprestou sua voz para o primeiro longa-metragem animado do Brasil. Sinfonia Amazônica foi produzida inteiramente por Anélio Latini Filho.

Já em 1954, José Vasconcellos foi agraciado em dar a voz para o palhaço americano Bozo no disco “Canções Sobre Boas Maneiras”. Podemos considerar que Vasconcellos foi o primeiro Bozo brasileiro, mesmo não se apresentando com a vestimenta clássica do palhaço que estourou na década de 80 no SBT.

Com uma sólida carreira no humorístico, Vasconcellos é considerado por muitos como o primeiro one man show do Brasil. Em 1958 o humorista lotava todas as sessões do Teatro Paramount com a peça “Eu sou o Espetáculo”. Todo esse sucesso resultou na gravação de um disco pela Odeon vendendo mais de 100 mil cópias.

José Vasconcellos estava com sua carreira próspera. Participava de vários filmes e era figura carimbada em diversas emissoras de São Paulo e Rio de Janeiro. Shows na Argentina, Chile, Uruguai e França. Mas o humorista tinha outros anseios.

Fontes pesquisadas:

Compartilhe este texto em suas redes sociais:
Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
Siga nossas redes sociais:
pesquise em nosso site:
Cadastre-se para receber nossa newsletter semanal e fique sabendo de nossas publicações, passeios, eventos etc:
ouça a nossa playlist:

Respostas de 59

  1. Boa matéria. Com certeza é um bom tema para mestrado. Eu tenho recordações de algumas vezes ter visto o Zé Vasconcelos chorar, e ficar catatonico na tv ao falar da Vasconcelândia .

  2. Parabéns, Glaucia! Excelente conteúdo.Sempre tive medo da figura do José Vasconcelos, porém agora tenho mais simpatia por quem ele foi. Boa sorte no seu trabalho.

  3. …/… Em 1968 cheguei a visitar as obras iniciais do parque … insisti para que meu pai comprasse uma cota do empreendimento o que não aconteceu … acho que meu pai enxergou mais adiante do que JV . Grato pelo registro !

    1. tambem cheguei a ir a Vasconcelandia, de uma coisa lembro bem, era uma pista de autorama bem grande, onde passei bons momentos 😀 também lembro de meus pais cogitarem a compra de uma “cota” pra familia usufruir do parque, mas pelo que parece, meu pai como o seu nao nao acreditaram no projeto

  4. Quando criança lá pelos anos de 1961/62, meu pai comprou os discos do J. Vasconcelos. Ouvíamos numa vitrola da RCA, e não nos cansávamos de rir. O cara era um gênio num palco sozinho, interpretando vários personagens. O locutor gago, imitando vozes de Hollywood, como Gary Cooper, a estória dos velhinhos surdos, enfim, uma sessão inteira de humor saudável e de fato divertido. Comparado às porcarias que temos hoje na TV brasileira, uma vez que o rádio morreu, e essa mesma está a caminho; o homem era completo. Hilário e imperdível! Bons tempos!

  5. Lembro-me bem na minha infância do grande humorista José Vasconcelos e do seu disco com suas apresentações.

  6. Conheço o Ricardo, sobrinho do Vasconcelos, que inclusive “herdou” seu papel na escolinha da Record. Ele esta no FB como Rick Regis e deve ter muitas informações para enriquecer a materia!!

  7. Assim como a Gurgel…e a Presidente (dos veículos Democrata)…de iniciativas BRASILEIRAS…que não tiveram incentivo do governo. Ahhh…pra que ne? Eram “apenas” uns brasileiros…sonhando em gerar empregos…e levar o nome do país pra cima…

    1. A Gurgel faliu porque seu dono tinha uma visão equivocada do futuro dos combustíveis. Gurgel era um crítico ferrenho do proálcool numa epoca em que os carros a álcool chegavam a ser mais fabricados e vendidos que os movidos a gasolina. Hoje o Brasil exporta a tecnologia dos motores flex.Faltou visão à Gurgel.

    2. O Nelson Fernandes era muito mais arrojado que o Gurgel, tanto que o Democrata era infinitamente melhor que os carros da Gurgel, que aliás trabalhou para ele de fundar a sua empresa. O Democrata na minha opinião é o melhor carro que jamais tivemos.

  8. Parabéns pela reportagem! Quando eu era criança vi o grande José Vasconcelos em programas de televisão.

  9. Reportagem muito boa! Quando eu era criança vi o grande humorista José Vasconcelos em muitos programas de televisão. Que pena que do seu grande sonho só restem ruínas.

  10. Lembro-me quando criança em 1954, que estava sobre o Viaduto do Chá assistindo as comemorações do Quarto Centenário da nossa querida São Paulo. Em dado momento, passaram dois jatos da força aérea brasileira em vôo rasante, fazendo um barulho ensurdecedor e, nada mais nada menos, que os GLOSTER METEOR um deles na foto. Melancolicamente conto esse fato com muito respeito ao saudoso Zé Vasconcellos, ao mesmo tempo com muita saudade da minha infância.

  11. Parabéns Gláucia! Excelente pesquisa e reportagem, enriquecida por fotos interessantes! Apenas quero registrar que, em minha infância, lembro-me muito dessa campanha de arrecadação de dinheiro e já se parecia como uma ação que poderia não dar certo para o parque, mas que certamente o tornaria rico. Sempre esperei um retorno dele, seja devolvendo uma parte a quem acreditou e doou dinheiro ou investiu, seja demonstrando o investimento ou pelo menos desculpando-se publicamente com todos. Nunca vi ou ouvi nada a esse respeito e, portanto, sempre duvidei da sua verdadeira intenção. Isto permite-me colocar em dúvida seu verdadeiro objetivo por trás da campanha pública.

    1. Se ele estivesse mal intencionado, também não teria perdido dinheiro, o único erro dele a meu ver foi ter empreendido e ter sido malsucedido, só isso.

      1. Muito boa a matéria! Talvez JW tenha começado com algo grande demais, sem ter apoio do governo e classe política. Lamentável com sua empresa e com Gurgel…Hoje tem “empresa” que pega porcarias da China, e dinheiro do governo como se fosse água, pra distribuir produtos em lojinha mequetrefe pelo país!

  12. Parabéns pela matéria, Glaucia. É de se lamentar o quanto certos grupos não fazem os próprios brasileiros irem para a frente. Se tivesse dado certo esse empreendimento, teríamos um equivalente nacional à Disney World, creio. Pelo menos, a Cidade da Criança, onde fui bastante nos meus tempos de garoto, nos anos 1970, ainda resistiu e foi restaurada. Torço para que o Clube de Campo Rosa Mística, no Bairro Demarchi, em São Bernardo do Campo, onde muito estive durante minha infância, igualmente, não dê lugar a um Condomínio, sobretudo porque ali é área de preservação, de mananciais. Solicito que esse site maravilhoso possa fazer uma campanha em prol da manutenção desse lugar tão magnífico, por favor, me ajudem. Há um Buffet, atualmente, que recuperou parte do lugar, mas o condomínio não pode ser feito ali! Isso é questão de bom senso do Poder Público! Quanto à indústria, no caso, a automobilística, tirando a questão do combustível, também não há interesse em se desenvolver grandes indústrias de base nacional. Tem o caso da FNM, Fábrica Nacional de Motores, que também não foi para a frente. Há muito dinheiro e interesses estrangeiros (extrangeiros, como li em matéria antiga, neste site) envolvidos na questão.

  13. Saudações…!
    Conheci Zé Vasconcelos, acredito que nos anos 60. Tinha eu na época, em torno de 12/14 anos. Meu pai era sensor da DDP e conhecia o Zé Vasconcelos.
    Eu cheguei a encontrar com ele, pessoalmente, algumas vezes. Depois, só pela TV.
    Conheci pessoalmente os projetos da Vasconcelandia. É lastimável ver esses projetos serem transformados em pó. Enquanto isso, terror, drogas e armas se proliferam pelo país.

  14. Que saudades.
    Minha família tinha um Título do parque e ia ao menos 2 vezes por mês, o Zé Vasconcelos sempre estava lá e era uma pessoa super simpática com todos que encontrava pela frente, pena não ter concluído tudo o que tinha em mente mas curtíamos muito as piscinas, passeio de lancha, pedalinhos, pescar nos lagos e a molecada ficava louca com o avião que ficava estacionado em um dos campos de futebol, tinha também área de camping. SAUDADES !!!!!
    Me fala se o cara não era um verdadeiro visionário e empreendedor da época, e novamente por motivos financeiros e sem apoio do governo, uma grande idéia foi pelo ralo.

    1. Minha família também tinha o título. Também costumávamos ir duas vezes por mês. Chegávamos a acampar lá, só a molecada. Aproveitávamos o pedalinho, a piscina, os campos. Também vi o Zé muitas vezes lá. Que me lembre, meu pai era sócio fundador reimido e não foi tão caro, pois não tínhamos muitos recursos. Foram bons tempos e aproveitamos bem, pois morávamos perto.

  15. Caso o Gloster Meteor da Vasconcelândia, doado pela FAB em 4 de agosto de 1968 (de acordo com o jornal Folha de S.Paulo), seja o da foto da matéria acima (FAB 4409), ele se encontra exposto no acervo do Museu Eduardo André Matarazzo, Bebedouro-SP.

    1. No início dos anos 80 o Gloster Meteor de Bebedouro estava largado ao ar livre e mal conservado. Se não foi feito nada deve ter virado pó.

  16. Parabéns Glaucia! Em meio a tanta fragilidade das Politicas de Preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, fazer emergir fatos sociais , políticos e culturais como a VASCONCELANDIA é quase um feito, ato heroico, haja vista a precariedade dos Arquivos Públicos e de seus documentos.

    1. Marcio Saviano a Vasconcelandia fica próximo á AMBEV de Guarulhos (Estrada Ary Jorge Zeitune)

  17. Na verdade não precisava de apoio do Estado, precisava de que o Estado não atrapalhasse. Um cultura de doações por parte das empresas também ajudaria o que justamente a alta carga de tributação não permite. Aí inventam uma lei Rouanet que só serviu para quem faz parte do esquema. O Brasil não é para amadores …

    1. A Lei Rouanet é muito boa e fundamental para o fomento da cultura no Brasil, não entra na onda do atual governo federal que ali não tem ninguém com boas intenções. O que a lei precisa é de um ajuste, algo natural para uma lei desenvolvida em 1991.

      1. Se essa Lei precisa de um ajuste, se esse é o problema, por que esses artistas da “panela” estão tão revoltados? Não me parece ser isso, não.

  18. Não há espaço para idealistas em país medíocre ….com a classe política rasteira que existe no país …grandes projetos só servem como fonte de propinas

  19. Parabéns! Excelente texto sobre este grande artista! Eu não tinha conhecimento da Vasconcelandia!

  20. Trabalhei com o Zé na Vasconcelândia entre 1985 e 1987. Vi parte disso crescer e felizmente não vi a decadência. Era um lugar lindíssimo e muito bem cuidado, com piscinas, chalés, pedalinhos, uma excelente churrascaria e áreas a vontade para pedalar e caminhar. Uma pena ter tido esse fim. Fiquei sabendo da morte do Zé anos depois e fiquei muito sentido. Trabalhar com ele era surreal. Íamos para o clube um dia antes dos fins de semana para jogar buraco. Ficava muito arara quando perdia uma partida. Uma grande pessoa. Saudades.

  21. Em meados de 67 a 72,eu conheci pessoalmente o sr vasconcelos,Meu pai me levou pra conhecer o clube e num dado momento esse sr.se aproximou de mim e me ofereceu pipocas,Muito educado,ficou conversando um tempão com meu pai.Bons tempos.Eu tinha por volta de 7 ou 8 anos de idade.

  22. Eu tive a oportunidade de visitar o local em 29-05-1975 juntamente com minha namorada e uma cunhada. Utilizamos pedalinhos ….. tenho inclusive 6 fotos de baixa qualidade, pois a minha poderosa maquina fotográfica na época era uma TUKA feita pela dfv – DFVasconcelos. Nada a ver com o José Vasconcelos. ma pena que o sonho dele não vingou.

  23. Não seria estranho ou improvável que houvesse alguém sabotando o projeto, já que havia um risco de ser potencialmente bom. Quem sabe a Disney estava por trás pra não dar certo?

  24. Morei em Guarulhos (Cumbica) e lembro bem da Vasconcelândia, um sonho caro e distante. Fomos visitar umas duas vezes, mas quem não tinha $$$ não era bem vindo.

  25. Tive a oportunidade de visitar a Vasconcelândia. Creio que foi em 1979. Era um lugar promissor. Nessa ocasião, tive a oportunidade de conhecer o Zé Vasconcelos (era assim que ele preferia ser chamado). Conversei com ele durante aproximadamente 15 minutos, quando tive a oportunidade de ouvir dele, que já tinha investido no projeto, tudo quanto tinha conseguido economizar. Falou também das dificuldades em conseguir patrocínio e/ou alguma ajuda oficial. Na época, havia títulos de sócio sendo vendidos, mas nao comprei porque àquela época, para mim ficava muito pesado, financeiramente falando.
    É uma pena que o projeto “morreu”.
    Cesar G Bergamaschi

  26. Que bom saber a história, eu peguei na infância uma parte que ainda funcionava das piscinas e campos, era muito legal ,mas infelizmente não vingou ,fui lá também depois que virou ruínas muito triste,mas nunca imaginei que essa seria a história.

  27. Falou-se sobre o terreno ter sido vendido para Panco, mas até onde eu me lembre os comentários no bairro, toda essa parte com ruínas fica dentro do terreno da AmBev.

    1. Oi Lola, tudo bem?
      Não sei se a área pertence à Ambev.
      Inclusive um colega meu que trabalha com processos disse que a área é do INCRA (se eu tiver entendido direito).
      Ele até me mostrou dois documentos com esses números do INCRA que ficam ou ficavam em uma estrada com esse nome (Estrada da Vasconcelândia), mas nunca achei no mapa essa estrada.

  28. Eu sentei nesse Gloster Meteor e andei de mini carro na pista ; também encontrei algumas vezes o Zé Vasconcelos no aeroclube de São Paulo ! Cada vez que ele ia dava um show!!! Saudades descanse em paz!!

  29. Por volta de 1980, visitei (com meus pais) a Vasconcelandia. Na época, o Zé Vasconcellos tinha um programa na rádio (não mais existente) Diário do Grande ABC (AM – 1300kHz). Ao longo do programa, ele convidava as pessoas a visitar a Vasconcelandia, comentando sobre as atrações disponíveis e no final dizia um “VAI LÁ!” com bastante ênfase.

  30. Nossa, tive a oportunidade de conhece-lo pessoalmente. Entrevistei o Canarinho da praça é nossa. (Vídeo no meu canal). Quando ia entrevistá-lo, ele já estava com dificuldades para falar. Esperei que melhorasse, mas isso não aconteceu e ele faleceu. Gostaria muito de ter gravado a entrevista com ele. Grande comediante. Parabéns pela matéria.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *