São Paulo na Exposição de Lion de 1914

No início do século 20 São Paulo já era a maior economia do Brasil, com seus grandes e produtivos cafezais espalhados por todos os cantos de nosso Estado.  Em uma época em que nossa indústria ainda engatinhava, era o café paulista que ditava os rumos da economia e da política nacional, que aliada com Minas Gerais gerou a política do café com leite.

Em postal produzido na França, uma fazenda paulista de café
Em postal produzido na França, uma fazenda paulista de café

E essa grande riqueza, que ditava os rumos do país, era observada de perto no exterior, especialmente na Europa. Estima-se que nos anos 10 do século 20, metade do café consumido no mundo saia de São Paulo.

E foi nesta época, que o Brasil participou de um dos eventos mais importantes do mundo naquele tempo: A Exposição Internacional de Lion em 1914.

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga

Realizada entre maio e novembro de 1914, a Exposição de Lion reuniu alguns dos principais países do mundo, como Bélgica, França, Noruega, Japão, Brasil e Rússia, entre outros. Cada nação construía seu próprio pavilhão e expunha nele o que havia de mais interessante em seu país, tanto na área agrícola, como industrial, comercial e marítima.

O pavilhão brasileiro era um dos mais bonitos e visitados da exposição. Em uma época que o café era a grande jóia do país e o já mundo venerava a bebida, era compreensível que o maior destaque do Brasil fosse o café paulista.

A ilustração abaixo, mostra como era o pavilhão brasileiro em Lion:

clique para ampliar
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Bastante elegante, o pavilhão destacava a bandeira nacional de maneira estilizada em seu canto superior direito. Lá ficava um globo azul idêntico ao de nossa bandeira, com as estrelas e o lema positivista. No centro da construção, duas bandeiras nacionais ficavam tremulando. No frontão, por sua vez, a força paulista estava esculpida com a inscrição “Etat de Sao Paulo”.

No pavilhão era apresentado o café brasileiro, desde a planta até a bebida, passando por mostras do fruto – raro de ser visto no velho continente – publicidade e, por fim, a própria bebida que era servida para todos os visitantes do estande do Brasil.

Um dos principais representantes brasileiros nesta exposição, foi o Conde de Serra Negra, que nesta mesma época inaugurou, em Paris, o Café São Paulo.

Rara fotografia do pavilhão brasileiro em Lion (clique para ampliar)
Rara fotografia do pavilhão brasileiro em Lion (clique para ampliar)

A mídia paulista visitou o evento para retrata-lo a nossa população. Nas páginas do extinto jornal Correio Paulistano, a reprodução de um períodico francês, o Nouvelliste de Lyon, deixa evidente o protagonismo paulista na economia do Brasil:

Correio Paulistano 10/07/1914

A Exposição Internacional de Lion de 1914 foi um grande sucesso e uma grande oportunidade para novos negócios para os cafeicultores paulistas. Se a Primeira Guerra Mundial não tivesse eclodido com a exposição já em andamento, talvez tivesse sido um sucesso ainda maior.

Saiba mais:

Veja abaixo, uma imagem tridimensional do pavilhão brasileiro:
Divulgação

E também uma animação 3D completa da Exposição de Lion de 1914 (o pavilhão do Brasil surge aos 40 segundos):

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Respostas de 3

  1. Sem palavras! Ajuda-nos a amar cada vez mais nosso estado. Orgulho de ser paulista, neta e filha de agricultores que trabalharam nos cafezais!

  2. Eu fiquei admirado com o stand que construíram para essa exposição, pois hoje um stand se resume a várias paredes de madeira e só…

    Mas não sabia que Lion, na França, tinha sediado esse evento, pois até então eu só tinha ouvido falar de Lion por causa do Jean Michel Jarre, músico francês que nasceu nessa cidade.

  3. Lyon é famosa principalmente por suas tecelagens (a cidade já era conhecida no tempo do Império Romano sob o nome de Lugdunum), além do tradicional prato francês “Langue de Bœuf à la Diable” (Língua de Boi à Moda do Diabo), acompanhada das tradicionais Pommes de Terre Lyonnaises (Batatas Lionesas). Também é terra natal do famoso organista francês Édouard Commette, que foi organista da Catedral de São João, a mais importante igreja local: eu tenho dois discos que ele gravou obras de Bach para órgão depois dos 70 anos de idade: um espetáculo! Acresço ainda que o pai de Commette era, para não fugir da tradição local, tecelão de profissão.

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