Edifícios São Vito e Mercúrio serão demolidos

Aquilo que muitos paulistanos já esperavam e temiam parece que finalmente irá acontecer. Os edifícios São Vito e Mercúrio serão demolidos.

Edifício São Vito, diante dele o Mercado Municipal

A demolição atinge o quarteirão inteiro, o que significa que o terceiro prédio que fica à esquerda do Mercúrio também irá abaixo. Desapropriado ainda na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, o São Vito está fechado desde então, com as portas fechadas com concreto e a espera de um rumo definitivo.

O projeto da ex-prefeita era de restaurar o prédio e transformar o mesmo em um prédio de habitações populares, o que a meu ver era ruim, porém muito melhor que o projeto atual de transformar a área dos prédios em uma espécie de praça-parque. A idéia da demolição com a carência de habitações que temos em São Paulo é no mínimo arrogante.

Praças e parques parecem ser a maior motivação de tucanos e democratas, desde a gestão de Geraldo Alckmin vemos proliferar esse tipo de iniciativa, como na região do antigo presídio do Carandiru, e mais recentemente na recuperação do Parque do Povo. Agora os novos alvos são a antiga Febem no Belenzinho e a região dos edifícios Mercúrio e São Vito.

Será que precisamos de mais uma praça na região ? Poucos metros dali a praça do Parque D. Pedro e sua áreas verdes adjacentes estão algumas repletas de moradores de rua e sujeira e as outras cercadas por grades.

 

O que seria o melhor para a região ? Não caberia consulta a população através dos mecanismos de associações de bairro para decidir o melhor a ser feito ? Imagino que outra praça na região só serviria para o acúmulo de sujeira, moradores de rua e mais degradação. Nem mesmo com a reforma do Mercado Municipal a região sofreu melhoras sensíveis na aparência e continua uma área decadente. Os projetos para a região ainda contém a reforma do Palácio das Indústrias (já concluida) e a demolição de um viaduto próximo que está em debate desde a gestão de Luiza Erundina.

A mudança de prédios vazios do centro de São Paulo para moradias populares não vem surtindo um efeito positivo. Os prédios, muitos deles edificações nobres do centro, que foram entregues para a população já sofrem efeitos de estarem na mão de pessoas de baixa renda com rápida deterioração e maus cuidados das áreas externas, vide antigo Hotel São Paulo e mais dois edifícios um na 23 de maio e outro próximo ao viaduto Santa Ifigênia (aguardem fotos em um próximo artigo).

Segundo especialistas a demolição dos edifícios São Vito e Mercúrio, em caso de implosão, poderia trazer problemas ao mercado municipal em frente cuja construção é muito antiga. Uma implosão geraria também cerca de 7 ou 8 andares só de entulho e meses de trabalho com caminhões removendo o mesmo, o que traria complicações enormes ao trânsito da região, tendo em vista que os prédios ficam na esquina de uma das mais movimentadas avenidas de São Paulo, a Avenida do Estado.

Abaixo, imagens do site da Prefeitura de São Paulo que menciona o processo de licitação que levará os edifícios ao chão, clique nas imagens para ampliá-las:

O destino dos edifícios São Vito e Mercúrio, como podem ver, parecem selados pela prefeitura. Sabiamente esperaram passar a eleição e agora estão correndo com o processo. Muitas famílias que moravam no São Vito e que hoje se encontram no vizinho Mercúrio, denunciaram ao programa Balanço Geral da Rede Record da última terça-feira, que ou não receberam o dinheiro ou não receberam um valor digno. A prefeitura, segundo eles, está prometendo pagar cerca de R$20mil aos moradores do Mercúrio o que para muitos é insuficiente para adquirir um novo lar.

Sinceramente não creio que uma nova praça trará melhorias a região, como mostrei na imagem do início do artigo a região já possui áreas verdes suficientes porém estão abandonadas pelo poder público. Os edifícios em questão poderiam ser remodelados e servirem de escritórios, universidade ou mesmo órgãos públicos. Manter moradores humildes não contribuirá para trazer a tão sonhada revalorização centro, mas também demolir os edifícios não é o que espero. Quem viver, verá.

Um prédio de construção impecável:

Para quem já teve oportunidade de entrar no edifício São Vito como eu, é certo de que a demolição não é o melhor caminho. Construído pelos arquitetos Kogan & Zarzur em 1959 o prédio é conhecido pela arquitetura modernista. Possui 25 pavimentos residenciais totalizando 600 quitinetes, mais térreo e sobreloja com unidades comerciais e na cobertura um magnífico auditório que já foi palco inclusive de shows de artistas famosos em sua época áurea. Além disso, do topo do prédio é possível ter uma visão magnífica de toda a cidade, só comparável com as vistas do edifício Itália e do edifício Altino Arantes.

A dupla de arquitetos Kogan & Zarzur ainda foi responsável por edifícios como o Racy na avenida São João, o Mirante do Vale entre outros. A associação dos dois ainda é notável por se tratar de um judeu e um árabe. Abaixo, a planta baixa do Mirante do Vale:

Pessoalmente, não consigo imaginar aquela região sem estes prédios. Espero que a prefeitura de São Paulo repense o destino que está impondo aos edifícios São Vito e Mercúrio e que suas construções tenham um destino mais digno. São Paulo irá agradecer.

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Respostas de 38

  1. Realmente é lastimável, é no mínimo inacreditável… Ao lado como você fala existe o PQ D. Pedro, um verdadeiro lixão abandonado, agora pra que ao lado mais espaço ( mais uma praça) ocioso? seria melhor reaproveitar o edifício, mas é difícil…. L A S T I M Á V E L!

    1. Concordo com o Jefferson, na área da demolição será criado mais um espaço para abrigar todo o tipo de gente ociosa…exatamente como fizeram em 1988 com o Anhangabaú.

  2. Fala Douglas,

    Na verdade, em termos de urbanizãção e revitalização do centro a demolição é uma boia notícia. A recuperação dos prédios é muito provavelmente inviável economicamente e certamente colocar moradores de baixa renda, como vc mesmo cita, não contribuiria para a revitalização. Por outro lado SP é uma das grandes cidades com menor área verde por habitantes do mundo. Ai sim resta a dúvida de se essa área seria bem cuidada pela prefeitura. Mas se vc juntar a restauração do mercadão com a instalação da estação do expresso tiradentes na área nota-se uma movimento no sentido da modernização e recuperação. E o Kassab tem se mostrado sério no quesito de melhorar a aparência da cidade.

    Eu encaro como uma boa notícia.

    abraço!

  3. Eu concordo com o autor, acho que os prédios devem ser conservados. Eu sei que a maioria não concorda, mas eu acho esse prédio bonito, ele faz parte da história e da arquitetura de São Paulo. É muito triste saber que um prédio desses vai ser demolido só porque é uma solução rápida e barata para esconder décadas de negligência e de falta de respeito por esse exemplar da arquitetura de São Paulo.

    1. Esperiencia social com o dinheiro de Quem ? Pra arrastar outra divida social no centro de São Paulo ! Pessoas pensem a divida é alta demais para a população pagar ! Que pena com essas ideias o Centro vai ser o que é sempre !!!

  4. Douglas estou terminando o curso de Arquitetura e meu trabalho final será a requalificação de um edifício modernista em Recife.
    O trabalho que me inspirou foi justamente a requalificação apresentada por Roberto Loeb para o São Vitto. Um projeto lindo, premiado em Veneza inclusive. Ser assim descartado? Uma pena, nossos politicos não tem a sensibilidade de perceber que uma cidade é um complexo organismo composto de fragmentos de várias épocas. O Mercado Central teve seu tempos e é hoje reconhecido, por isso foi preservado. A nossa arquitetura modernista vai aos poucos perdendo seus melhores exeplares que estão cedendo seus espaços a novos projetos,deixando uma lacuna na melhor fase arquitetonica brsileira a Modernista.

  5. Caro Douglas, foi – entre outras coisas – a partir de seu bom artigo que fui visitar o edifício Mercúrio sábado passado. Há vários problemas quanto ao despejo, dentre eles, um suposto desvio de verbas destinadas aos inquilinos, que deveriam receber cheques de 2.400 reais. Sou contra a demolição dos prédios e a expulsão de moradores de baixa renda do centro da cidade, empurrando-os para habitações ilegais e de baixa qualidade. A defensoria pública do Estado entrou (em 11/12) com uma ação para garantir mais direitos a esses moradores. Abraço.

    1. essa segrehação socioeconômica é um problema grave, querer “esconder” trabalhadores humildes na periferia (expondo os filhos à tentação do crime por conta da ausência do poder público que só entra pela mão da polícia e olhe lá) e ainda por cima obrigá-los a gastar mais com transporte (eventualmente alguns acabem recorrendo a carros velhos e malcuidados para piorar ainda mais o trânsito em são paulo) é algo inadequado…

  6. A demolição destes imóveis é uma afronta para una cidade que necessita de mais 700 mil moradias populares só na região central para atender moradores de cortiços.

    Há um projeto arquitetônico que demonstra a vialibidade da reforma do Ed. São Vito e demonstra que é possível reurbanizar o Parque Dom Pedro garantindo famílias no local. Desta forma garantindo uma cidade inclusiva.

  7. Caro Douglas,

    Ao ler os comentários não pude ficar quieta diante do debate acionado pelo seu texto. Portanto, se ‘no quesito de melhorar a aparência da cidade’ não seria uma boa abrigar moradores de baixa renda no centro, na qual ‘e certamente colocar moradores de baixa renda, como vc mesmo cita, não contribuiria para a revitalização’ do centro da cidade; a quertão seria: então qual o “direito à cidade” dessa camada injustiçada, fadada ao suburbio e a periferia, conforme afirma a própria arquiteta urbanista Raquel Rolnik, dessa nossa fragmentada sociedade?

    Se, infelizmente a cidade é ‘um complexo organismo composto de fragmentos de várias épocas’ mal aproveitado pelas gestões políticas -está faltando iniciativa popular, para que todas essas questões sejam colocadas em pauta, a cidade e a paisagem urbana é antes de mais nada composta de atores sociais, não é possível que se pense a arquitetura enquanto obra de arte bem como a cidade, sem pensar políticas públicas, nas quais as relações sociais que dinamizam esses espaços são intrínsecas em devem implicar sofistuicados projetos urbanísticos – não para o luxo mas para que se possa fruir a cidade; a não ser que seja essa, apenas obra de deleite visual, não? ou quem sabe um abrigo burocrata de escritórios ou um novo campus de universidades públicas elitistas.

    Essas questões precisam sair da web e ir mais adiante. Se você quiser eu posso sugerir.

    T.O.

  8. Não querendo ser pessimista, mas não consigo mais encontrar soluções para a cidade de São Paulo. Tenho pena das famílias que alí viviam, mas também o Ed. São Vito é um lugar inabitável. Demolir ou implodir? Não sei se é a melhor solução, mas por outro lado vai reaproveitar de que forma? Concordo que a região toda é um lixão e qualquer coisa que se construir ali, vai ser difícil da região melhorar.

    1. Marcia voce não é pessimista, apenas realista. Não há o que
      fazer por SP , é uma cidade destinada ao caos. Também não
      adianta culpar os administradores da cidade. A culpa maior é
      da população , formada em sua maioria por pessoas egoistas e
      ignorantes. Se deixar os tais predios por lá no estado que
      estão é pessimo , se reformar e devolver ao povo vira uma
      favela em tres tempos, se demolir e fizer parque será uma
      extensão do Parque D. Pedro. Vá a Hamburgo e veja o que foi
      feito com os antigos predios da região portuaria. A zona se
      chama “Landungsbrüken”. Bem, a diferença é que em Hamburg
      vivem alemães. Grande abraço , Luiz Carlos.

      1. Realmente, é duro viver entre pessoas egoístas e ignorantes. Elas bem podiam ir para seus paraísos de cidades idealizadas no exterior, onde as pessoas sabem viver. Lá, elas poderão esquecer o Brasil de vez, e o Brasil as esquecerá de volta.

    2. Marcia vc ñ sabe nada sobre o são vitor ali havia gente havia solidariedade e havia muitos proprietários como eu q hoje ñ tem aonde morar

  9. Bom saber que ainda tem gente sensata nesse mundo, mas é triste saber que tem muita gente burra.
    São Paulo precisa de mais areas verdes? Então derrubem ele, mas também os terminais (incluindo o metrô e também o mercado!

  10. Considero que a recuperação do citado edificio para a construção de habitações populares, não obstante ser louvavel do ponto de vista social, é totalmente inviavel economicamente. As pessoas, especialmente as que trabalham, moram e circulam pelo centro de São Paulo, necessitam sim de mais praças e verde especialmente em uma metropole como São Paulo, que sofre com o efeito estufa, a impermeabilização do solo, além do extresse do dia-dia da cidade, agora por obvia será necessário que a Prefeitura instale na praça um posto da GCM com policiamento e sistema de filmagem 24 h, sob pena do local se tornar um reduto de assaltantes e usuários de entorpecentes. O São Vito, de fato faz parte da história da capital paulista, porém não podemos virar as costas para o problema que se transformou o edificio e a propria degradação do centro da cidade.Parabéns a prefeitura pela iniciativa, estou torcendo que saia do papel.

    1. segurança não é brincadeira mesmo… realmente não adianta demolir tudo, jogar umas mudas no terreno e chamar de “área verde” ou “área de lazer” se não tiver segurança para as famílias usufruirem do local… esse mesmo problema acontece em porto alegre no parque da redenção, onde há um posto da brigada militar (mas em algumas partes do parque predomina o abandono por parte do poder público e a consequente degradação patrimonial e moral)…

  11. Se a prefeitura reformasse os edificios e colocassem a venda, seria muito mais prudente…, sem falar que esses dois edificios a muito tempo estão precisando de mãos firmes,que tomem atitudes que beneficiem toda a população e demoli-los,na minha concepção nao é o mais certo.

  12. Eh um verdadeiro absurdo as deciçoes do poder publico, que quase nunca estao de acordo com a vontade popular.
    Provavelmente teremos mais uma enorme praça que sera abandonada com o tempo.

  13. Por gentileza, gostaria de receber foto(s) deste edifício, e saber se é o mesmo que fica próximo ao Mercado Municipal de São Paulo.
    Atenciosamente,
    Marcia.

  14. O Crescimento planejado da cidade de São Paulo ia muito bem até o início dos anos 60. Dai por diante varios fatores contribuíram para a degradação dos imóveis. O Brasil passou por um longo período de desinteresse pelas questões sociais. Foram mais de vinte anos de repressão dos direitos civis. Nos momentos derradeiros desse período surgiu um anseio coletivo pelo novo e moderno. Outras regiões da cidade tornaram viáveis economicamente e houve uma migração de empresas e escritórios para edifícios adequados as questões de segurança, acessibilidade e fluidez do trânsito. Alguns bairros proximos ao centro tornaram-se caminho de passagem apenas. Corredores de ônibus afastam o transeunte do comércio local e inviabiliza o mercado imobiliário. A classe média não quer habitar em uma região degradada. A população de baixa renda não faz manutenção e conservação de forma eficiente. Á solução então é reurbanizar a area degradada, de modo que atraia novo contingente para o entorno.
    Corretissima a decisão da prefeitura. Mas praça não!!!! Acho que mais um centro de prestação de serviços prúblicos seria ideal!

    1. São Paulo em algum momento teve “crescimento planejado”? Só se foi planejado pelo lucro a curto prazo…e o tal anseio pelo novo foi algo do tipo…”ok, vamos procurar novos lugares para faturar absurdamente”. E os velhos veios, já exauridos, foram abandonados.

  15. Até que enfim uma solução plausivel !

    Deviam cobrar para assistir a implosão , de preferência fazer a noite junto com um show pirotécnico!

    Hasta la vista,favelas verticais….

    1. @Luz Eduardo

      E as demais favelas verticais da cidade que não servem de vitrine para a prefeitura ?
      Porque permanecem intactas ?
      Dê uma rodada na rua Paim e verá um prédio que fará o São Vito parecer coisa de criança…

      1. não servem de vitrine por enquanto, mas agora sem o são vito vão ter que procurar outra vitrine para amedrontar a classe média (rico mesmo anda com “trocentos” seguranças, alguns até armados) e conseguir uns votos em 2012 ou 2016…

  16. Olá,

    Considero preconceituosos os comentários de que reformar esses prédios abandonados para moradia popular não revitalizaria o centro. É claro que esses moradores não teriam condições de arcar com a manutenção dos mesmos e seria necessário que a prefeitura desse uma ajuda.
    Porém, a construção de conjuntos habitacionais na periferia sairia muito mais caro porque seria necessário, além de construir os prédios, levar até lá redes de água, luz, esgoto, escolas, transporte e etc, e no centro tudo isso existe, inclusive o prédio.
    Outro grande problema que seria evitado com o repovoamento do centro seriam os deslocamentos, porque a população utilizaria menos o transporte individual e até mesmo o sistema de transporte coletivo, já que seria possível para muitos irem ao trabalho a pé.
    Mudando de assunto, a área embaixo do viaduto poderia ser transformada num bosque, sem a necessidade de demolir o prédio.
    Outra coisa, que precida mudar em São Paulo é esse estilo americano de lojas enormes e com estacionamentos enormes. Isso faz com que a classe média se desloque (de carro, é claro) para comprar um punhado de coisas. Isso é muito estúpido. Em Buenos Aires, cada bairro tem seu próprio comércio e os moraradores se deslocam ao centro quase sempre para acessar algum serviço público ou cultural muito específico que haja no centro, geralmente de taxi (que lá é muito barato), de “colectivo” ou de “subte”.
    Pode até paracer que eu tenha desviado o assunto para trânsito, mas um dos fatores que degrada áreas urbanas é o transito carregado, porque isso resulta na construção de viadutos e alargamento de avenidas e o pedestre fica em último plano. Isso faz com que seja impossível viver no local e o comércio não atrai tantos clientes, ao não ser que seja do seguimento popular.

    Obrigado

  17. Li esse post agora que a demolição foi oficialmente iniciada.
    Vi que muitos estudantes de arquitetura responderam que é uma pena que os belos projetos de restauração sejam descartados, que é falta de sensibilidade dos políticos.
    Pois bem, venho como estudante de Economia e Política da USP defender o ponto de vista dos políticos: Todos os belos projetos de reforma acarretam custos muito altos para o governo. E após a reforma pronta, a manutenção de um edifício desse porte por moradores fica muito custosa, também. Ou seja, as classes baixa ou média, a quem o projeto se dirigiria, não seriam capazes de manter a estrutura da reforma. Por isso, compreendo o argumento de que é uma pena que a cidade perca um ponto de história, concordo que a construção de uma praça no local deveria ser discutido. Porém a região precisa sim ser revitalizada. Os prédios abandonados são um lugar ainda mais chamativo para indivíduos perigosos do que as praças e, se reformados, em pouco tempo estariam novamente degradados, pois não poderiam ser mantidos pela população. E eu me sentiria mais feliz em saber que o dinheiro público está sendo usado pra educar a população, de forma que ela conquiste um espaço na cidade, do que para reformar e manter um prédio que se tornará um ‘favelão’ vertical.

    1. Bianca, NESSE CASO do Edifício São Vito eu concordo plenamente com você, pois a última matéria que vi sobre esse edifício quando ainda estava de pé é que lá tinha mais “gato” na fiação elétrica do que fiação elétrica em sí e tudo exposto sujeito a qualquer um tomar uma descarga elétrica, elevador ali só funcionava um e ainda “daquele jeito”, os outros dois, um não funcionava e o outro estava com a porta encostada bastando apenas uma pessoa desavisada abrir a porta para cair no poço do elevador e também tinha o agravante de esse prédio ser muito grande pois ele tinha 25 andares, 625 apartamentos e 25 por andar imagina o custo para reformar tudo isso???, e isso porque nem vou falar dos problemas “crássicos” de todo imóvel decadente do centrão, ou seja, ali tinha travecos, prostitutas e traficantes, falo isso porque uma falecida amiga minha já morou ali. Ah!!!!! e tem outra coisa… eu me lembro que quando eu era moleque e tinha lá pelos meus 10 anos de idade na década de 80, esse prédio já era deteriorado e um favelão vertical, meu primo que então morava em Brasília quando viu o prédio ficou espantado com o que viu e realmente o prédio impressionava (no mau sentido) já naquela época, logo, NESSE CASO, eu concordo plenamente que o São Vito tenha sido demolido, não por causa dos habitantes, mas porque no meio de travecos, prostitutas e traficantes também haviam cidadãos comuns que não tinham a mínima segurança para morar lá.

  18. Bom, como já disse aqui noutro post, eu sou a favor da demolição destes prédios. Mas também sou a favor da reconfiguração da área ao redor: do jeito que está, com o canalzão do Tamanduateí como um esgoto a céu aberto e a Av. do Estado como uma nada convidativa estrada com muretas e sem faixa de pedrestres, fica complicado.

  19. Foi aberto só o processo licitatório, que hj encontra-se como prejudicado e está a espera de uma nova abertura, ou seja, não vai acontecer tão cedo a demolição desses prédios.

  20. Melhor no chão do que mais uma favela vertical. As pessoas insistem em discutir teorias enquanto o centro de são paulo é uma experência prática com bom track record. Basta parar nas calçadas dos edifícios revitalizados a preço de ouro e doados às “famílias” para perceber o desastre. As calçadas estão cheias de pessoas jogadas em estado lastimável, as janelas com rádios no último volume e roupa suja, o entra e sai de “nóias” denuncia que se alguma família ainda está lá será por pouco tempo, pois traficantes são implacáveis. As verdadeiras famílias humildes vivem em prédios simples, afastados do centro, comprados por valores baixíssimos, mas que são limpos e cuidados, numa Cohab ou Cidade Tiradentes da vida. As teorias que apaixonam as pessoas (Marta=esquerda; Serra=Centro; Kassab=Direita) deram errado, temos que ter a humildade de admitir.

  21. Boa tarde após passado 10 anos da desapropriação do Edifício São Vito e Mercúrio muitos moradores dos dois edifícios donos de apartamentos com 01 dormitório e Kitnet não foram atendidos com o valor de ressarcimento do apartamento.
    Quanto aos últimos moradores do Edifício Mercúrio as 35 famílias que eram inquilinas e foram as ultimas a serem retiradas do prédio a Prefeitura na época comandada pelo Gilberto Kassab somente receberam o valor de R$2.400,00 para retirada do local. Foram feitas muitas promessas as famílias que nos incluiriam em projetos sociais para auxiliar na compra de uma nova moradia como CDHU ou através da Minha Casa Minha Vida mas nada foi feito caímos no esquecimento.
    Hoje a maioria das pessoas estão pagando alugueis que a cada dia se tornam mais caros.
    Minha mãe Selma Maria de Andrade Lopes era uma das moradoras mais antigas do Edifício Mercúrio em torno de 25 anos saiu de lá com a promessa da inclusão em projetos mas passado dez anos e não obtivemos resposta alguma da Prefeitura. Isso se repete a tantas outras famílias dos dois Edifícios.
    Na época o Movimento de Moradia nos auxiliou para podermos correr atrás na Prefeitura mas a ultima resposta que tivemos sobre o caso do Mercúrio é que havíamos perdido em 2º instancia.
    Após isso não obtivemos reposta alguma.
    Hoje o espaço dos edifícios já é ocupado pelo Sesc Parque Dom Pedro II Praça São Vito, s/n – Brás, São Paulo – SP, 03007-030.
    Esperamos que revejam a nossa situação
    Att.
    Lais

  22. Tive comércio bem ao lado , digo na pça São Vito. N* 47
    Fui testemunha dos fatos inacreditáveis
    Que ocorriam lá, os moradores simplesmente atiravam seu lixo residencial
    Pelas janelas , tbm jogavam vasos sanitários, botijoes de gás vindo de (brigas conjugais)
    Os telhados vizinhos constantemente tinham que ser reparados devido os detritos jogados de lá.
    Certamente a melhor solução foi a demolição !!!

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