O sumiço do Museu do Telefone

Uma metrópole tão importante como é São Paulo não se faz apenas de grandes negócios, eventos de repercussão a nível mundial – como a Fórmula 1 e o Carnaval – mas principalmente de importantes atividades culturais, como por exemplo museus, salas de espetáculos e teatros.

É aqui que está a Sala São Paulo uma das principais locais de concertos do mundo, o renomado Theatro Municipal, e museus de grande reconhecimento público devido a sua relevância no cenário cultural, como a Pinacoteca do Estado, o Museu Paulista e o recém reinaugurado Museu da Língua Portuguesa.

Além disso São Paulo dispões de inúmeros outros museus menores, públicos e privados, que contam com acervos muito interessantes e relevantes, sendo que alguns deles são referência mundial. Um desses, o Museu do Telefone, simplesmente desapareceu e é dele que vamos falar aqui.

O “Pé de Ferro” sueco de 1892, uma das preciosidades do nosso Museu do Telefone

AS ORIGENS DO MUSEU:

Inaugurado em 13 de abril de 1977, o Museu do Telefone de São Paulo nasceu do desejo do então presidente da Telesp, Antonio Salles Leite, de que houvesse na capital paulista um grande museu destinado ao aparelho que revolucionou a comunicação mundial. O acervo para tornar o sonho realidade partiu dos aparelhos já pertencentes à estatal de telefonia e principalmente pela aquisição por parte da empresa do acervo particular do gaúcho Carlos Becker.

Cirurgião dentista apaixonado por telefones, Becker iniciou nos anos 1960 uma coleção de telefones viajando por inúmeras localidades do Brasil e até ao exterior para adquirir raridades ao seu acervo. Na ocasião da venda do seu museu particular para a Telesp seu acervo era considerado a quarta maior coleção particular de telefones do mundo.

Somando-se o acervo de Carlos Becker com o já existente na Telesp, o Museu do Telefone de São Paulo abriu as portas já como um dos mais importantes do mundo.

Inicialmente era localizado no andar térreo do então novo edifício-sede da Telesp, localizado à Rua Martiniano de Carvalho 851. O museu ali ocupava uma área de mais de 700 metros quadrados.

Na foto, pertencente ao acervo do Museu do Telefone, uma das primeiras equipes de telefonistas de São Paulo, no início do Século XX

Ao longo dos anos o Museu do Telefone se consagrou com uma grande atração cultural da Cidade de São Paulo, permanecendo por muito tempo neste endereço da Bela Vista, até que veio a privatização da Telesp, onde começaria o descaso com esta importante instalação cultural.

SAI A TELESP, ENTRA EM CENA A TELEFÔNICA / VIVO:

Nos primeiros anos nas mãos da multinacional espanhola Telefónica S/A (por aqui Telefônica Brasil/Vivo) parecia que tudo permaneceria funcionando da mesma maneira. A própria empresa em 1999 realizou e divulgou uma grande pesquisa com o objetivo de encontrar em São Paulo, descendentes diretos de Graham Bell – inventor do telefone – para homenageá-los no Museu do Telefone. Foram encontrados quatro descendentes, que receberam da Telefônica (na época ainda não usava o nome Vivo) uma réplica dos primeiros modelos criados pelo famoso inventor. A ocasião também serviu de lançamento do cartão telefônico comemorativo dos 123 anos da primeira ligação de telefone entre o próprio Graham Bell e o Imperador D. Pedro II.

Curiosidade: Graham Bell jamais usou seu invento para ligar para sua esposa. O motivo ? Mabel Hubbard era surda.

É pouco depois deste evento que o importante museu começa a desaparecer. O prédio da Rua Martiniano de Carvalho é completamente reformado (ele pertence à Telefônica até hoje) e com isso o museu se muda para outro edifício da mesma empresa na região central de São Paulo, precisamente na Rua Benjamin Constant 174.

O museu também adere à internet e passa a oferecer um site – atualmente inativo – onde é apresentado o acervo da instituição, suas curiosidades, exposições temporárias e também um formulário para o agendamento de visitas.

O “print” abaixo é de um dos últimos suspiros do site museu ainda em funcionamento, no já distante ano de 2010:

De acordo com o serviço de catalogação de páginas da web Internet Archive Wayback Machine o site morreu mesmo naquele ano da década passada. O leitor pode conferir o histórico de páginas do Museu do Telefone lá armazenado clicando aqui.

E de lá pra cá não foi apenas o site da instituição que saiu de cena, pois o próprio museu em si desapareceu. Em consultas feitas em páginas de endereços, listas e mesmo em serviços da própria Vivo o museu consta como localizado ainda na Rua Benjamin Constant. Entretanto ele está fechado há anos e inacessível.

A pergunta que não quer calar é: Como está acondicionado o rico acervo do Museu do Telefone estes anos todos sem atividades ? O prédio onde supostamente ainda encontra-se o museu é, ao menos externamente, um dos mais degradados edifícios da rua e não tem qualquer identificação como prédio da Vivo ou mesmo de um museu. Seu portão, no entanto, dá a dica que algo relacionado à telefonia está estabelecido ali:

Portão de entrada do prédio é adornado com campainhas que remetem à pioneira Companhia de Telégraphos Urbanos, estabelecida na mesma Rua Benjamin Constant em 1897

O acervo do Museu do Telefone é numeroso e riquíssimo. Ao todo são cerca de 3.000 objetos, 100 mil fotos em preto e branco e aproximadamente de 6 mil fotos digitalizadas em alta resolução. Além disso o museu dispõe de listas telefônicas desde 1911 – que aliás são imprescindíveis para pesquisa histórica – cartões telefônicos e diversos periódicos internos.

QUAIS AS REAIS CONDIÇÕES ATUAIS DO ACERVO HOJE EM DIA ?

A Vivo mantém a Fundação Telefônica – Vivo destinada a fomentar, patrocinar e apoiar atividades culturais. Em seu próprio site é possível encontrar a seguinte mensagem: “Apostamos na força transformadora da educação, conectando pessoas ao conhecimento.”. Entretanto isso lembra aquela máxima “casa de ferreiro, espeto de pau”, pois uma empresa que em 2020 faturou um lucro líquido de R$ 942 milhões, aparentemente sequer investe no próprio museu.

A fotografia abaixo mostra o edifício da Rua Benjamin Constant onde supostamente ainda se encontra o Museu do Telefone:

O edifício onde teoricamente encontra-se o Museu do Telefone (centro da foto) é um dos mais degradados da rua.

O São Paulo Antiga tentou entrar em contato durante vários dias no telefone que consta como do museu e ninguém atendeu. Também tentamos entrar em contato com a assessoria de imprensa da Fundação Telefônica-Vivo, através do e-mail da assessora chamada Rhaissa Resk, conforme solicita o próprio site da fundação. Passados vinte dias não obtivemos qualquer retorno e ligações telefônicas não são retornadas.

Causa profunda consternação o fato de um museu de tamanha importância e relevância encontra-se tão negligenciado por aquela que é uma das maiores empresas de telecomunicações do planeta. Não se trata de um museu de alto custo de manutenção e mesmo a própria fundação pode obter maneiras de reabrir o museu através de incentivos fiscais. E mesmo sem qualquer lei de fomento a Vivo e sua matriz espanhola, Telefônica, possuem plenas condições de abrir esse museu para o cidadão paulistano.

Na Espanha, onde está a sede da Telefônica, o museu é uma realidade completamente diferente.

Na Espanha, em Madrid, a empresa mantém o moderno Espacio Fundación Telefónica. Qual a dificuldade em fazer algo semelhante em São Paulo ?

O espaço para a posição da Vivo continua em aberto e este artigo será atualizado caso a empresa decida se pronunciar.

ATUALIZAÇÃO 11/08/2021:

A assessoria de imprensa da Vivo entrou em contato conosco de encaminhou um nota a qual publicamos a seguir:

A Vivo informa que o acervo do Museu do Telefone está devidamente armazenado e preservado. O museu foi desativado temporariamente, em função da reestruturação das operações no prédio que o abrigava. A empresa estuda a possibilidade de futuramente reorganizar e expor este acervo, como forma de valorizar a história e a evolução das telecomunicações ao longo do tempo, até os dias atuais.

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27 respostas

  1. Isso me lembrou o museu do automóvel que ficava ali no Ipiranga.
    Lembro que estive lá com uma excursão de escola no começo dos anos 2000 e nunca mais soube do museu.
    Tinha o carro do Santos Dumont, Itamarati, O carro do Dr. Victor no Filme Castelo Rá-Tim-Bum….
    Onde foi parar esse museu? E o do Telefone?

    Douglas sugiro também uma pauta sobre a Pró-TV que está acabando e sem conseguir o museu da TV.

    1. O museu do automóvel não foi iniciativa da Volkswagen? Talvez ela possa dar mais informações a respeito.

      O que dizer de um museu da informática? penso ser também uma boa ideia.

        1. O Museu do Automóvel era a coleção particular do João Siciliano que eu conheci pessoalmente. Ao falecer houve uma disputa entre o filho dele – que eu também conheço – e as filhas. Elas ficaram com alguns carros e ele com outras, sendo que a maioria ai foi vendido. Nesse caso era uma coleção particular cujo dono permitia a visitação, não era um museu propriamente dito pois não tinha museólogo etc… mas era muito bacana. Haverá em breve um novo museu do automóvel, porém em Campos do Jordão.

          1. Muito obrigado pelo esclarecimento. Que pena que uma disputa entre herdeiros tenha ocasionado o fim do ”museu”.
            Nessas horas entendendo quem consome tudo em vida e não deixa nem dinheiro para o enterro.

    2. Esse museu deve ser o pertencente ao falecido Romeu Siciliano, que foi um importante antigomobilista de São Paulo. Tenho a impressão que foi desativado após a morte do mesmo. Ficava numa rua mais ou menos tranquila, Labatut ou Cochrane, se a memória não me falha.

  2. Gostei do artigo.

    2,Deveras, a Rua Benjamin Constant. seria interessante, porem nao ideal. Alias sonho com o edificio, se fosse decomissionado como Central Telefonica ( e e o que parece ter acontecido ) em interessaria em saber. Ele e a Central mais linda que ja vi ( Art Deco ).

    3.A quantidade de aparatos que voce pode exibir para nao so aparelhos de telecomunicacoes exige muito espaco. Se a Telefonica nao se interessa em fazer-lo por conta, quica uma doacao em especie a alguma entidade sem fins lucrativos Paulistana seria de bom alvitre.

    4.Para se ter uma ideia do volume que isto ocuparia, um no de Central Telefonica Digital ( cobrindo um codigo de area, ou os 4 primeiros digitos, pre-voip, da para ocupar uma parede inteira com ate 10 metros de largura e uns 3 metros de altura https://en.wikipedia.org/wiki/5ESS_Switching_System ou este https://en.wikipedia.org/wiki/DMS-100 , isto sem contar o equipamento anciliar como unidades de forca no-breaks, T-Dacs, e nem me iniciei nos equipamentos para telefonia movel e de dados )

    5.sto sem contar as antigas eletro-mecanicas (https://pt.wikipedia.org/wiki/Western_Electric ) Trocando me miuidos, precisa muito metro quadrado para fazer uma ala de exibicao a altura.

    E nao se esqueca de exibicoes interativas ( como funciona o trafego de internet, por exemplo ).

    7.Me parece que, por conta das brigas de patrimonio entre a Uniao e as Operadoras ( as quais defendem que as plantas fisicas lhe pertencem, por forca da concessao paga de ortogas, ao passo que o Governo Federal se contrapoem, deixando claro que a cessao de uso das instalacoes nao tornam os cessionarios automaticamente donos do patrimonio imovel ), estamos as merces destas picuinhas ( que inclusive atrasam o desenvolvimento de 5G aqui na Banania ).

    8.Em algum local, seja no Ibirapuera, ou na Praca dos Correios, isto seria bem vindo. Imagine a visita de grupos estudantis, ou do publico em geraol.

    9.Eu trabahei para um colecionador privado destes artefatos, que conduzia uma empresa de software para telefonia. Escritorios num galpao industrial. Tinha aparelhos de telefonista do arco da velha, sem contar os velhos aparelhos a manivela de inducao.

  3. Visitei este museu no começo dos anos 80 ainda na Bela Vista. Acervo incrível com muitos aparelhos diferentes, tinha também um documentário sobre a história do telefone. Foi onde descobri a ligação de D.Pedro II e Graham Bell. Uma pena o descaso mas, o que me preocupa mesmo é se o acervo ainda existe e em que condições.

  4. Lamentavelmente nosso país, e a maioria de seus habitantes, não preserva sua memória.
    Há um conceito generalizado que museus só guardam velharias e as novidades é que são valorizadas.
    Essas pessoas esquecem que o conhecimento e a tecnologia, bem como o nosso estado atual de conforto, tecnologia e civilização, são fruto de um desenvolvimento contínuo e cumulativo.
    Se hoje se ridiculariza o primarismo de certos objetos ou aparelhos, devemos ter em conta que isso foi criado pelos melhores cérebros da época, assim como aquilo que hoje achamos a maior novidade e o “suprassumo” da tecnologia, certamente será ridicularizado no futuro.

    Em Dearborn, subúrbio de Detroit, há o Henry Ford Museum que tem seu foco principal em tecnologia. Interessante observar os objetos, muito bem conservados, e as histórias dos mesmos.
    Há muitos anos não vou lá, mas estive lá várias vezes, quando viajava a serviço para aquela região.
    Uma das coisas que mais me impressionou, foi ver um aspirador de pó de 1908, jamais imaginava que esse utensílio tivesse sido inventado há tantos anos.
    E nós, perdemos museus a cada dia, quando não por falta de interesse, por incêndios ou descuidos.
    Triste cultura a nossa.

  5. Eu cheguei a visitar no início dos anos 2000, faz muito tempo que não vou a museus. Tenho curiosidade de ir nos da USP, como o do crime

  6. À Telefonica só interessa o dinheiro.Qual o compromentimento cultural de uma empresa espanhola com o Brasil inda que seja um assunto de relevância para nós- colonizados?!Quem pode ir atrás disso é algum departamento do governo mas sempre tocado a interesses eleitoreiros.É melancólico saber que em menos de 20 anos não teremos nem a História da Petrobrás ou dos Correios!

  7. Infelizmente com a privatização e venda da Telesp para a Telefônica de Espanha perdemos muita coisa. Embora não seja contra privatizações, penso que fizemos um mau negocio. Os Espanhóis se acham acima de todos . mas na verdade nessa área de Telecomunicações o Brasil ainda é melhor.

  8. Eu quase doei uma coleção com fichas telefônicas de todas as companhias do Brasil, antes da privatização, em 2005. Cheguei a entrar em contato com eles, mas não notei grande interesse, por isso acabei doando para a Associação dos Amigos do Museu de Valores do Banco Central, que transferiu para o Museu de Valores do Banco Central, que não só recebeu como cuida do acervo até hoje. Infelizmente, por conta da pandemia, o museu está fechado ao público, mas todo o acervo está preservado, e tem uma exposição virtual.
    Acabei fazendo a coisa certa…

  9. Lamentavelmente, a Privatização foi uma entrega
    Do patrimônio do povo brasileiro ao capitalismo estrangeiro , que compraram uma empresa a preço de banana para apenas a concessão de exploração do serviço. E pela suja política brasileira , doaram os imóveis das teles do país todo a essas empresas . Um dia o Brasil saberá o quanto esses ladrões políticos, corruptos , a troca de propina, desfizeram de nossos bens . A justiça tarda mas na falha ! Graças ao maldito Kassab ex ministro das comunicações

  10. A vida útil do telefone é recente historicamente, porém tanta coisa ocorreu nas comunicações desde então, que realmente, a geração atual nem imagina viver sem um celular. Há uns cem anos atrás nem poderiam pensar chegar no momento que estamos passando como seria se voltássemos para a metade do século XIX? Parece uma eternidade.

  11. Olá, bom dia.
    Uma pergunta que eu faço é se o Museu do Telefone era realmente um sucesso. Eu sei que parece uma pergunta sem pé nem cabeça, mas será que a Companhia não havia avaliado e chegado à conclusão de que não valia à pena manter o espaço? Sim, porque não é só abrir as portas e deixar as pessoas entrarem, simplesmente. Tem todo um aparato técnico, atendentes, viabilidade dos bombeiros para liberação do prédio e outras coisas. Além de um possível desinteresse da massa.
    Os chamados bailes funk são um tremendo sucesso de público, especialmente nas periferias. E eu fico não menos do que horrorizado com isso. Vejo as pessoas comentando no meu local de trabalho como foi tal baile no fim de semana e um museu como esse (e tantos outros) não despertam o menor interesse nessas mesmas pessoas. Aliás, elas nem sabem o que significa um museu para a cultura de um povo.

  12. Olá Douglas,
    Ótimo artigo!
    Algumas informações relevantes:
    O prédio da Rua Martiniano 851, não pertence mais a Telefônica, ela vendeu o prédio para um Fundo Imobiliário, cuja administração e gestão é feita pelo CREDIT SUISSE HEDGING e não abrigará mais atividades de telefonia.
    Existem também outras perdas históricas referentes à telefonia no Brasil. Por exemplo, no subsolo do prédio da Rua 7 de Abril (que foi um dos mais importantes na implantação da telefonia em São Paulo), existia uma pista de boliche em madeira de lei, que foi construída pelos Ingleses na época da implantação da telefonia. Há cerca de 20 anos anos atrás, ela foi removida para ampliar espaço de estacionamento naquela ocasião.
    Outra perda histórica: No começo da Rua Cônego Vicente Miguel Marino (antiga Rua Garibaldi), próximo aquela antiga fábrica da Ford (cujo prédio ainda existe), existia edificações que pertenciam à Telefônica (antes Telesp), que nos últimos anos que ainda estava de pé, abrigava as operações logísticas da Telefônica. Dentre essas construções, havia galpões históricos onde eram feitos os motores da Ford e que nos últimos anos que esteve de pé, serviam como depósitos de armazenagem da Telefônica. A Telefônica vendeu todo esse complexo para uma incorporadora, que demoliu e construiu prédios residências no local.

  13. Em 1977 eu era office boy do Banco Noroeste e todos os dias levava documentos para a Telesp na Rua Martiniano de Carvalho. Testemunhei a montagem e a inauguração do Museu do Telefone. Triste em saber que não existe mais. Hoje em dia o edifício não pertence mais à Telesp/Telefônica/Vivo e se transformou em um prédio de escritórios.

  14. Nos dez anos que trabalhei lá fizemos grandes trabalhos de conservação e restauro tanto do acervo tridimensional, como do acervo fotográfico. Exposições itinerantes, projetos com crianças e divulgação da parte historica e científica do desenvolvimento da telefonia no Brasil. Infelizmente não foi dado a devida importância para o acervo e a maior exposição realizada em Brasília “Tão longe, tão perto” com mais de 40mil visitantes em um mês mostrou o potencial de divulgação que o acervo possui. Projetos de criação de um espaço de arte e tecnologia foram arquivados. Com certeza o acervo está se deteriorando, pois em museologia todo mundo sabe que acervo parado é acervo degradado. Tenho certeza que não existe projeto de renascimento do museu, e se o acervo estiver tão bem cuidado e com possibilidade de voltar ao público que abram as portas e mostrem, e sem dar sinal de ocupado no outro lado da linha, tan, tan, tan, tan…

  15. Que pena, como sempre a história no Brasil, é sempre relegada, não sei a que plano!

  16. não me surpreenderia se a telefonia levasse o acervo pra espanha, fechando o museu para ninguém saber o que fez. quem podertia conferir essa suposição?

  17. O telefone é uma invenção que é do século XIX. Desde então tem havido uma modificação muito grande deste então e não poderemos pensar o mundo sem isso. Entretanto a seu início está sendo negligenciando.
    Parece que os museus estão sendo desprestigiados na sua totalidade.

  18. Espero que os telefones do museu estejam armazenados de maneira adequada; mas se não tiver, que pelo menos as raridades estejam na versão espanhola do “Museu do Telefone”, pois pelo menos, estarão expostos ao público e não pegando poeira e ferrugem.

    E se perderam o interesse, poderiam ceder os telefones e itens de telefonia a algum museu ou universidade que poderiam preservá-los. Interessados, não faltam.

  19. ainda tenho em casa um aparelho telefônico do meu avô, um de disco de 1984 da Telesp, quando o telefone custava uma fortuna e poucos tinha acesso

  20. Trabalhei nesta grande Empresa, chamada Telesp – Telecomunicações do Estado de São Paulo S.A., desde 1982, em 1998 ela foi privatizada pela Telefônica de Espanha, nesta época já senti muita diferença no trato da empresa, em 2011 acredito eu, ela teve sua fusão com a Vivo, deteriorando ainda mais suas relações humanas ou de seu legado deixado pela Telesp. Fiquei na empresa até setembro de 2015, por 33,5 anos quando fui desligado covardemente através de um PDV. Tenho muito boas lembranças principalmente quando trabalhava na Telesp. Hoje vejo o descaso e o desleixo desta empresa que muito se deteriorou em termos de humanização de seu legado desde a sua fundação.

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