Chopp Escuro é outro restaurante do centro paulistano que fechou

Sou uma pessoa que gosta muito de comer fora em bons restaurantes e lanchonetes. E sempre fui muito fiel aos estabelecimentos que costumo frequentar…

Estes lugares não passo mais que um mês sem visitar, pois não consigo ficar longe deles e de sua saborosa comida e atendimento atencioso. Porém esse ano fiquei órfão de dois dos meus mais visitados.

O primeiro, já abordado aqui, foi o La Farinata. Esse delicioso restaurante italiano de porções generosas, preços justos e funcionários gentis fechou no final de 2017, sufocado pela falta de apoio público aos comerciantes tradicionais do centro e pela crise que assola o país.

E agora comunico o fechamento do restaurante que mais morava dentro do meu coração, que frequentei de vinte em vinte dias nos últimos 20 anos: o Chopp Escuro.

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Localizado na Rua Marquês de Itu, o Chopp Escuro foi um dos mais bacanas restaurantes que o centro paulistano já teve. Isso se deve não apenas ao fato de servir boas comidas, um excelente chopp e ter preços bons. Vai mais além!

Este recanto da boa comida foi, provavelmente, o mais liberal e acolhedor restaurante que já conheci.

Pelo fato de estar localizado entre a Praça da República e o coração da Vila Buarque o Chopp Escuro sempre recebeu uma freguesia bem variada, de casais que vivem na região, turistas, turmas de happy hour e inúmeros casais e pessoas da comunidade LGBT.

Era muito comum ver um casal de idosos almoçando em um mesa e ao lado um casal gay. Também não era raro entrar uma drag queen montada para jantar com amigos.

Tudo isso somado a um atendimento sempre gentil, respeitoso e dedicado dos funcionários da casa que em grande parte estavam no estabelecimento há mais de uma década. Desde o segurança que sempre estava de prontidão à porta, ao time de garçons (foto abaixo) e cozinheiros.

Crédito da foto: Marco Godoy

Não sei ainda as reais razões do Chopp Escuro ter fechado às portas. Ouvi várias versões que vão desde crise financeira até a idade avançada do proprietário (que tive o prazer de conhecer e era realmente de certa idade), mas seja lá qual for a história verdadeira uma coisa é certa: A Rua Marquês de Itu perdeu um pouco de seu brilho.

Nestes meus 20 anos de freguês posso ter pedido a conta de quantas vezes estive almoçando ou jantando. Mas lembro-me dos negócios que fechei ali, do emprego que consegui em uma reunião naquelas mesas e dos inúmeros momentos românticos e agradáveis junto à minha esposa.

Lembrarei sempre com muitas saudades das entradas com beringela e azeitonas, do nhoque com calabresa, do baby beef com arroz carreteiro e fritas e do sempre delicioso creme de papaia com cassis de sobremesa. Além é claro, do sempre muito bem tirado chopp.

Se você tiver mais informações sobre o motivo do fechamento, entre em contato conosco.

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8 respostas

    1. Que pena. Pelo Chopp Escuro e pelo Amigo Leal. O chamado ‘centro novo’ vai perdendo a graça.

      1. O Chopp Escuro não fechou, a informação do leitor que disse isso é equivocada. Estive lá e pude constatar que o restaurante está sob nova direção e que decidido fazer uma reforma geral no local. Deve reabrir nos próximos dias.

  1. As vezes a impressão que tenho é que os que comandam esse país, querem acabar com os pequenos prazeres da vida dos cidadãos para transformar esses num bando de autômatos que não fazem mais nada além de trabalhar, pagar imposto e cumprir ordens…

  2. É uma pena mesmo. Sou morador da região e, volta e meia, ia ao Chopp Escuro, que comecei a frequentar nos anos 80, época em que o local vivia lotado.

  3. Eu e minha família também éramos frequentadores assíduos do Chopp Escuro… quando comecei à namorar minha esposa, nosso primeiro jantar foi lá… muitas saudades do pessoal… que se tornaram verdadeiros amigos… que filet à parmegiana maravilhoso… o linguado europeu… sensacional… muitas saudades…

  4. Muito apropriado o comentário de Daniel Pardo. Igual já comentei aqui, acabaram com o pequeno comércio que havia nos bairros, caso do Ipiranga, onde morei por longo tempo. O mercado Koti resistiu, bravamente, por muitos anos, mas acabou fechando, em vista da concorrência desleal dos grandes grupos. Uma grande loja retornou ao centro de Santo André, cidade onde trabalho desde 2004, e moro desde 2008, e eliminou os concorrentes menores que vendiam as (para muitos ultrapassadas) mídias físicas, tais como CDs e DVDs. Parece que é assim, de maneira geral, as grandes corporações chegam e querem desmontar os pequenos, e tirar os prazeres mais simples da população. Lamento bastante quando locais tradicionais fecham as portas. Querem que todos frequentem shopping centers, com suas praças de alimentação sempre hiper movimentadas e sem graça? E a poesia de antigamente vai se perdendo.

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